Após receberem a sugestão do governo federal sobre o pagamento de um auxílio de R$ 400, os caminhoneiros demonstraram total desagrado. O objetivo do governo era de liberar a ajuda como forma de amenizar a alta dos combustíveis. Mas, o líder da classe chegou a classificar a ajuda como “esmola”.
Além de recusar o auxílio de R$ 400, os caminhoneiros apresentaram uma contra proposta. Eles pedem pela adoção de medidas que possam amenizar a alta no valor do diesel, a criação de um fundo para frear os aumentos. E, fim da Paridade dos Preços de Importação (PPI).
Ao falar publicamente sobre a distribuição do benefício, o presidente da Associação Brasileira de Condutores de Veículos Automotores (Abrava), Wallace Landim, o Chorão, criticou o valor.
Ele diz que foram recebidos pelo governo federal um montante de R$ 8 bilhões referente ao lucro da Petrobras. Além de R$ 24 bilhões distribuídos para os acionistas. E completa dizendo “Agora Bolsonaro me vem com a proposta de voucher de R$ 400 para caminhoneiros”.
“Lira tem que procurar algum amigo que seja transportador para se informar se isso vai fazer algum efeito para a categoria. É uma esmola“, indaga Chorão.
Este não foi o único crítico ao pagamento do auxílio de R$ 400. Plinio Dias, presidente do Conselho Nacional do Transporte Rodoviário de Cargas (CNTRC), também se pronunciou.
Dias afirma que com o valor de R$ 400 não é possível nem abastecer o veículo com 100 litros de diesel, ou cobrir os gastos da viagem com a cobrança do pedágio.
E avisa que sem ouvir os caminhoneiros, o presidente Jair Bolsonaro não vai “chegar a lugar nenhum”.
Dentro do parlamento a opinião dos representantes não muda. O presidente da Frente Parlamentar em Defesa do Caminhoneiro Autônomo e Celetista, deputado Nereu Crispim (PSD-RS), se pronunciou.
Além de dizer que a ação de criar um auxílio financeiro para a classe nesse valor seria um deboche, Crispim critica Bolsonaro e o ministro da economia Paulo Guedes.
“Pariram uma esmola eleitoreira que não paga a metade de uma recapagem de pneu. É preciso ter respeito”, disse.
Como funciona o auxílio de R$ 400 aos caminhoneiros
A criação do auxílio de R$ 400 para os caminhoneiros deve ser inclusa na Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que tenta diminuir o valor dos combustíveis. O texto está em discussão no Senado.
Em ano eleitoral não é permitido a criação de programas sociais, por isso, o auxílio deve ser inserido de forma estratégica nesta PEC.
O pagamento mensal de R$ 400 vai ser pago para caminhoneiros autônomos, isto é, aqueles que trabalham por conta própria sem vínculo empregatício com transportadoras.