Desemprego reduz em 10,5%, mas ainda afeta 11,3 milhões de brasileiros

Na última terça-feira,31, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou mais uma pesquisa relacionada ao desemprego no Brasil. Dessa vez, concluiu-se que houve redução de 10,5% na taxa de desempregados no país. No entanto, embora seja o melhor nível desde 2016, ainda existem 11,3 milhões de pessoas sem trabalho.

Comparado aos três meses anteriores, o nível de desemprego contou com recuou de 0,7 ponto percentual. Quando comparado a um ano anterior a desaceleração foi de 4,3 pontos percentuais.

Desde 2015 essa é a menor taxa de desemprego na contagem que se encerra no mês de abril, naquele ano o índice foi de 8,1%. Ficando ainda abaixo dos 10,3% registrados no mês de fevereiro de 2016.

A contagem tem animado os nomes ligados a economia do Brasil, como o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, que declarou a possibilidade de uma redução de dois dígitos na taxa de desempregados no país esse ano.

Estamos começando a falar que o desemprego este ano vai ser abaixo de dois dígitos, lembrando que antes da pandemia estava em 12%”, disse Roberto em audiência pública na Comissão de Defesa do Consumidor da Câmara.

Isso porque, a pesquisa indica que o mercado de trabalho tem reagido de forma positiva embora tenha sentido os impactos da inflação e dos altos custos para empresa manter a contratação do funcionário.

Com a novidade, Campos Neto comentou que existem especulações positivas para o Produto Interno Bruto (PIB) do ano de 2022. Segundo o presidente do BC, agentes de instituições financeiras acreditam em um crescimento de 1,5% a 2% para o PIB. Embora a expectativa do Banco Central seja de 1%.

Outro lado da pesquisa de desemprego

O resultado trazido pelo IBGE foi obtido por meio da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad). No primeiro trimestre desse ano o índice marcado foi de 11,1% de brasileiros sem emprego formal. Por isso a taxa atual foi comemorada e ficou acima do esperado.

Naquela época, eram 11,949 milhões de desempregados. Hoje, com a redução são 11,3 milhões de pessoas. Embora os números possam ser comemorados, já que no espaço de tempo entre as pesquisas deste ano 699 mil brasileiros conseguiram conquistar uma vaga, outros índices ainda preocupam.

Comparado ao mesmo trimestre do ano de 2021, a renda do trabalhador também caiu. Segundo o IBGE, atualmente o rendimento do cidadão é de R$ 2.569, no ano anterior era de R$ 2.790.

“Embora tenha havido crescimento da formalidade, não foi observada expansão do rendimento médio real do emprego com carteira assinada no setor privado. Além disso, houve queda no rendimento do setor público”, disse Adriana Beringuy, coordenadora de pesquisas por amostra de domicílios do IBGE.

Vale lembrar que esse índice mede as pessoas que estão atuando com registro em carteira. O IBGE informou que a taxa de informalidade caiu de 40,4% no trimestre anterior para 40,1% neste. Ou seja, mais pessoas conseguiram ocupação de forma legal.

Enquanto isso, outras continuam a viver em empregos que não proporcionam direitos legalizados. Por exemplo, vivendo como freelancer, ou autônomos sem registro.

Lila CunhaLila Cunha
Formada em jornalismo pela Universidade de Mogi das Cruzes (UMC) desde 2018. Já atuou em jornal impresso. Trabalha com apuração de hard news desde 2019, cobrindo o universo econômico em escala nacional. Especialista na produção de matérias sobre direitos e benefícios sociais. Suas redes sociais são: @liilacunhaa, e-mail: lilacunha.fdr@gmail.com