Bolsa de Valores: o que muda para o investidor a mudança das ações do Banco Inter para os EUA?

Pontos-chave
  • O Banco Inter já buscava migrar para os EUA há algum tempo;
  • As ações do Inter serão negociadas na Nasdaq;
  • Somente BDRs serão negociados na bolsa de valores brasileira.

O Banco Inter está prestes a negociar suas ações na Nasdaq. Em 12 de maio, houve a decisão de reorganização societária e migração das ações do Banco Inter para a bolsa de valores dos Estados Unidos. Diante disso, a instituição não será mais uma empresa listada na bolsa brasileira, a B3.

Bolsa de Valores: o que muda para o investidor a mudança das ações do Banco Inter para os EUA?
Bolsa de Valores: o que muda para o investidor a mudança das ações do Banco Inter para os EUA? (Imagem: Montagem/FDR)

Diante da aprovação da reorganização societária, as ações do Banco Inter, atualmente negociadas na B3, serão migradas para a Inter&Co na Nasdaq.

Na bolsa de valores brasileira, os investimentos no banco passarão a ser feitos via BDRs (Brazilian Depositary Receipts). Estes são recibos negociados em algum outro mercado.

Criada em 1971, a Nasdaq é uma das principais bolsas de valores do mundo. Localizada em Nova York, ela é especializa em listar grandes companhias do setor de tecnologia.

Ao migrar para os Estados Unidos, o Inter busca estar em um ambiente com mais visibilidade, que proporcione mais oportunidade de acessar uma base de investidores mais variada. Ao mesmo passo, a instituição visa manter o relacionamento com a atual base de clientes.

Ao Suno Notícias, a diretora financeira do Banco Inter, Helen Caldeira, explica o que mudará na reorganização societária, e também o que os acionistas precisam saber sobre a migração para a bolsa norte-americana.

Os planos de migração para os EUA voltaram depois de uma frustrada tentativa no final do ano passado. Nas duas ocasiões, ano passado e maio deste ano, os acionistas aprovaram a decisão da alteração.

No entanto, dessa vez, mais de 75% dos acionistas minoritários participaram da assembleia. Entre eles, a aprovação foi de 85%.

Helena revela que “o Inter já vem falando de uma reorganização societária faz tempo”. Segundo ela, o objetivo é de realizar a listagem de uma holding na Nasdaq. Essa holding terá os mesmos ativos que o Banco Inter.

Ou seja, a migração conta com a incorporação de todas as ações de emissão do Inter por sua controlada — a Inter Holding Financeira.

O que muda na reorganização societária do Banco Inter

A executiva explica que o Inter vai ter, na Nasdaq, ações chamadas de ‘Class A’, com o ticker INTR. Essas ações darão lastro para o BDR, que será negociado na bolsa de valores brasileira com o ticker INBR31.

Após a mudança, esse é o caminho traçado pelo Inter para a adaptação dos acionistas:

  • Dia 20 de junho será a data de conversão;
  • Em 17 de junho, será o último dia de negociação na B3 de BIDI3, BIDI4 e BIDI11;
  • Em 20 e 21 de junho, existirá somente BDRs do Inter disponíveis para negociação;
  • Em 22 de junho, com os ativos sob custódia, os acionistas já terão passado pelo processo de liquidação (D+2). Segundo a executiva, “então, vai funcionar como se fosse a liquidação de um ativo negociado em bolsa”.
  • Com a posse dos ativos, o acionista pode decidir querer negociar em BDRs ou alterar a posição acionária para negociar diretamente na Nasdaq, que passará a ser listado como INTR em ‘Class A’ em 23 de junho.
Os acionistas do Banco Inter puderam escolher o que fazer com as ações que serão deslistadas da B3
Os acionistas do Banco Inter puderam escolher o que fazer com as ações que serão deslistadas da B3 (Imagem: Montagem/FDR)

Funcionamento do cash-out para o Banco Inter

Com suas opções de cash-out (quando o acionista optar por receber o valor de suas ações em dinheiro), o Inter movimentou um volume de R$ 1,13 bilhão.

Até o dia 20 deste mês, os acionistas puderam informar se gostariam de receber BDRs ou dinheiro no lugar das ações que serão deslistadas da B3.

No caso de quem não escolheu entre as duas opções, automaticamente receberá o BDR do Inter. Isso porque o cash-out tinha um volume máximo de limite de 10% do capital circulante. Segundo Helena, houve um rateio das ações, pois a demanda superou o valor permitido.

A diretora alega que o rateio foi proporcional para cada investidor que decidiu pela saída em dinheiro. Aproximadamente 21,5% do volume será recebido em dinheiro. Já o restante será convertido automaticamente em BDR.

Entre os dias 13 e 20 de maio, aconteceu o período de eleição de cash-out. A escolha poderia ser feita pelos acionistas que possuíam ações do Banco Inter no dia 15 de abril.

Silvio SuehiroSilvio Suehiro
Silvio Suehiro possui formação em Comunicação Social - Jornalismo pela Universidade de Mogi das Cruzes (UMC). Atualmente, dedica-se à produção de textos para as áreas de economia, finanças e investimentos.