No ano passado, o Banco Central brasileiro aumentou a participação de yuan nas reservas internacionais para 4,99%. Este foi o maior nível desde 2019, quando a moeda da China passou a compor a cesta. Isso aconteceu diante da alta da pressão inflacionária e aperto monetário nas principais economias.
Em comparação ao ano anterior, o percentual alocado em 2021 foi quatro vezes maior. Em termos nominais, esse crescimento representou US$ 13,766 bilhões a mais em ativos mensurados em yuan.
A informação faz parte do relatório de gestão das reservas internacionais da autoridade monetária, divulgado nesta quinta-feira (31).
Banco Central reduz participação de dólar
Por outro lado, a reserva do dólar norte-americano reduziu para 80,34% no ano passado, contra 86,03% em 2020. O resultado recente indica o menor patamar desde 2014. A diminuição equivale a US$ 15,276 bilhões a menos em ativos em dólares.
A participação do euro também registrou queda. O valor caiu de 7,85% em 2020, para 5,04% em 2021. Isso representa uma diminuição de US$ 9,691 bilhões.
O Banco Central não especificou a razão de diminuir os investimentos na moeda norte-americana. Apesar disso, os valores dos principais ativos aplicados nas reservas (títulos do Tesouro americano) tendem a reduzir, em um cenário de aumento da inflação — e também de previsão de aumento de juros pelo Fed.
Além disso, após os EUA bloquearem investimentos da Rússia em dólares, existe maior incentivo às aplicações na moeda da China. Conforme alguns economistas apurados pelo Valor, há tendência de que o yuan aumente a relevância nas reservas dos países.
Em relatório, a autoridade monetária citou somente a rentabilidade das moedas. Segundo gráfico divulgado, os ativos em yuan possuem rendimento maior do que em dólar — mesmo que possuam o mesmo risco da curva total de papéis norte-americano.
Reservas internacionais do Brasil aumentaram no último ano
No final de 2021, as reservas internacionais do Brasil totalizaram US$ 362,20 bilhões. No final do ano anterior, a soma tinha sido de US$ 355,62 bilhões. Este crescimento foi beneficiado por um depósito do Fundo Monetário Internacional (FMI), de US$ 15 bilhões.
A quantia se refere à nova alocação de Direitos Especiais de Saque (DES). Este é um tipo de moeda de reservas internacionais — composta por moeda das grandes economias globais.