Nos últimos dias, a tensão entre Rússia e Ucrânia vem tomando proporções cada vez maiores. Esse conflito também vem agitando o mundo dos investimentos. Em meio a isso, o investidor deve ter mais atenção antes de aplicar. Entenda onde vale a pena investir diante do cenário de tensão.
Em entrevista ao Radar InfoMoney, o gestor de macro global da Kinea, Ruy Alves, comenta que, ao considerar as tensões geopolíticas e guerras passadas, geralmente, o mercado responde com forte queda até que o conflito se inicie.
Segundo o gestor, nesse período adverso, o prêmio de risco aumenta, até ser precificado quando há início do conflito — a partir de quando acontece uma certa normalização.
Alves alega que o reflexo registrado nesta quinta, com desvalorização das bolsas mundiais, poderia ter mais relação com o aumento de juros no mundo, e não necessariamente às tensões entre Rússia e Ucrânia.
Onde vale a pena investir diante do cenário de tensão
Diante do mercado mais sensível, o gestor da Kinea, acredita que essa é a melhor hora para identificar oportunidades para médio e longo prazo. Ele recomenda comprar quando houver prêmio de risco.
Na visão de Alves, as commodities são uma oportunidade estrutural. Segundo ele, o Brasil tem bom posicionamento em petróleo e grãos.
Os contratos futuros de gás natural, do qual existe dependência da União Europeia, chegaram a subir 63%. Por meio deste exemplo, o gestor indica a necessidade de o investidor encontrar oportunidades neste cenário.
Entre as ações descontadas, Alves cita os papéis de tecnologia nos Estados Unidos — como Netflix, Twitter, Facebook e PayPal.
Neste cenário de conflito entre Rússia e Ucrânia, o analista da Empiricus, Matheus Spiess, indicou três opções para investimentos.
Em análise publicada no site da Empiricus, Spiess cita os títulos de renda fixa indexados à inflação — que pagam IPCA mais taxa. A recomendação acompanha a inflação em nível elevado.
Dentro dos fundos imobiliários, o analista aponta os FIIs de tijolo, que ajustam os aluguéis segundo índices de inflação. Também há indicação de fundos de crédito imobiliário — os fundos de papel — atrelados aos índices de inflação.
No mercado de ações, ele destaca a necessidade de selecionar papéis com bons fundamentos e baratos. Spiess alega que, o panorama de aperto monetário favorece ações da velha economia, como produtoras de commodities e bancos tradicionais, assim como empresas de setores cíclicos domésticos descontadas.