Confira os cuidados na hora de largar um emprego estável para empreender

Pontos-chave
  • Alexandre Slivnik, especialista em gestão de pessoas e carreiras, alerta sobre os principais pontos de atenção ao tomar esse tipo de decisão

Em dado momento de suas vidas, algumas pessoas tomam a decisão de sair de seus empregos para se arriscar abrindo seus próprios negócios. Mas é necessário ter cautela antes de agir de forma impulsiva.

Para Alexandre Slivnik, vice-presidente da Associação Brasileira de Treinamento e Desenvolvimento (ABTD), que realiza cursos e palestras há vinte anos, muitas vezes esse desejo de empreender está associado à insatisfação no trabalho atual. Antes de qualquer atitude drástica é necessário tentar, primeiramente, mudar o pensamento da empresa em que você trabalha. É claro que é difícil, mas a adaptação pode ser mais fácil do que você imagina. “Temos responsabilidades financeiras, então você precisa ter cuidado. Se você está infeliz, provavelmente é porque o seu ambiente de trabalho não é dos melhores. Nesse caso, primeiramente, tente mudar a filosofia do local em que você trabalha e, caso não consiga, aí sim mude de lugar ou abra o seu próprio negócio”, pondera.

De acordo com o especialista em gestão de pessoas, 82% dos colaboradores que pedem demissão não se demitem da empresa, mas sim da liderança. “Isso é muito perigoso, porque a pessoa até gosta da empresa, tem bons salários, mas não tem mais uma boa relação com seu chefe. Esse é o principal gatilho para começar a empreender e trabalhar por conta própria”, relata.

Muitas vezes, as pessoas têm a ilusão de que ao realizar esse ato irão trabalhar menos e ganhar mais dinheiro, mas Slivnik deixa claro que não é bem assim. “Essa é uma realidade muito distante. Inclusive, em geral é justamente o contrário disso, principalmente em um primeiro momento. Provavelmente você irá trabalhar mais e ganhar menos, pelo menos até receber a atenção do público e alavancar suas vendas ou serviços”, pontua.

Para quem realmente acha que empreender é a melhor saída, o especialista revela que é preciso ter paciência e perseverança. “O Walt Disney foi demitido, acredite ou não, por falta de criatividade, além de levar três empresas à falência. Aos 22 anos de idade ele pediu 500 dólares ao seu tio Bob e junto com seu irmão Roy, abriram a Disney. Hoje a empresa é quase centenária, sendo provavelmente a companhia mais amada do mundo”, explica.

Segundo Slivnik, os erros podem trazer a experiência necessária para alcançar o sucesso. “Muitas vezes você vai falhar ao empreender, mas com certeza irá tirar algum aprendizado disso. Esses erros costumam ser dolorosos, porém é preciso estar preparado para enfrentar as adversidades que o empreendedorismo traz”, relata.

O especialista em gestão de pessoas conta que, ao abrir o próprio negócio, o primeiro passo é se preparar antes de tomar qualquer decisão, sabendo o propósito da sua empresa com clareza. “A primeira pergunta que você precisa responder para você é: Qual é o problema que você quer resolver no mundo? Quando você tem clareza do problema que você quer resolver, você estuda o mercado, vê quais são os seus concorrentes, conversa com pessoas que já percorreram esse caminho que você deseja trilhar. Assim, a jornada para ter sucesso nesse empreendimento será mais curta”, finaliza.

Victor BarbozaVictor Barboza
Meu nome é Victor Lavagnini Barboza, sou especialista em finanças e editor-chefe do FDR, responsável pelas áreas de finanças, investimentos, carreiras e negócios. Sou graduado em Gestão Financeira pela Estácio e possuo especializações em Gestão de Negócios pela USP/ESALQ, Investimentos pela UNIBTA e Ciências Comportamentais pela Unisinos. Atuo no mundo financeiro desde 2012, com passagens em empresas como Motriz, Tendere, Strategy Manager e Campinas Tech. Também possuo trabalho acadêmicos nas áreas de gestão e finanças pela Unicamp e pela USP. Ministro aulas, cursos e palestras e já produzi conteúdos para diversos canais, nas temáticas de finanças pessoais, investimentos, educação financeira, fintechs, negócios, empreendedorismo, psicologia econômica e franquias. Sou fundador da GFCriativa e co-fundador da Fincatch.