O mercado financeiro aumentou as estimativas para a inflação oficial do país, calculada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). As estimativas, sobre a inflação mais alta, fazem parte do boletim Focus, divulgado pelo Banco Central nesta segunda-feira (17).
De acordo com o levantamento semanal, os agentes financeiros aumentaram a previsão para a inflação, para 2022, de 5,03% para 5,09%. Caso a estimativa seja concretizada, a inflação deste ano estaria acima do teto previsto no sistema de metas.
Conforme definido pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), em 2022, o centro da meta da inflação é de 3,5% — podendo variar 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, ela será formalmente cumprida se ficar entre 2% e 5%.
Perspectiva da inflação para 2023
Já para o próximo ano, o mercado financeiro elevou a estimativa de 3,36% para 3,40%. Em 2023, o centro da meta da inflação é de 3,25% — também com a margem de tolerância de 1,5 ponto percentual. Sendo assim, o IPCA poderá variar de 1,75% a 4,75%.
Semanalmente, o Banco Central divulga o boletim Focus. Para realizar as estimativas, a autoridade monetária considera as perspectivas de mais de 100 instituições financeiras.
País teve inflação mais alta no ano passado
No ano passado, a inflação oficial do país fechou o ano em 10,06%. Esta foi a maior elevação desde 2015, a taxa acumulada foi de 10,67%, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Em 2021, o IPCA ficou muito acima da meta para o ano, que era de 3,75%. Conforme o sistema vigente, a inflação poderia ficar entre 2,25% e 5,25% para ser cumprida.
Dentre todos os grupos analisados pelo IBGE, a inflação do último ano foi impactada, principalmente, pelo “Transportes” — que apresentou variação de 21,03%.
Segundo o gerente do IPCA, Pedro Kislanov, este grupo foi grandemente afetado pelos combustíveis. No acumulado anual, o etanol aumentou 62,23%. Já a gasolina teve alta de 47,49% no ano.
A inflação anual também foi afetada pelo grupo “Habitação” — que variou 13,05%. Segundo o instituto, o aumento foi puxado pela alta da energia elétrica (21,21%).
Estes foram os resultados dos nove grupos apurados pelo IBGE em 2021:
- Transportes: 21,03%
- Habitação: 13,05%
- Artigos de residência: 12,07%
- Vestuário: 10,31%
- Alimentação e bebidas: 7,94%
- Despesas pessoais: 4,73%
- Saúde e cuidados pessoais: 3,70%
- Educação: 2,81%
- Comunicação: 1,38%