Fundos imobiliários não vão mais usar IGP-M para reajuste de aluguel; o que muda para o investidor?

Recentemente, nos contratos de locação de fundos imobiliários (FIIs), o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) vem perdendo o protagonismo. Vem sido observada uma tendência de alteração por indexadores menos voláteis.

Fundos imobiliários não vão mais usar IGP-M para reajuste de aluguel; o que muda para o investidor?
Fundos imobiliários não vão mais usar IGP-M para reajuste de aluguel; o que muda para o investidor? (Imagem: Montagem/FDR)

Nos últimos dois anos, o IGP-M apresentou alta considerável. Isso aconteceu diante do aumento dos valores das commodities e pela desvalorização do real. No acumulado de 12 meses encerrados em maio de 2021, o indicador chegou a registrar 37%. Desde então, o índice tem passado por reduções seguidas.

Essa desaceleração acontece em meio à inversão de tendência no valor das grandes commodities — tanto minerais quanto agrícolas — e da estabilização do câmbio. O índice terminou o último ano em aproximadamente 17%.

Apesar disso, esteve acima do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). No acumulado dos últimos 12 meses até novembro de 2021, a inflação chegou a 10,74%.

Por conta da alta acentuada do IGP-M, cada vez mais, os FIIs lidam com a necessidade de avaliar o índice de correção dos contratos de locação. Nos últimos dois meses, ao menos cinco trataram dessa questão.

Ao InfoMoney, o coordenador dos índices de preços da Fundação Getúlio Vargas (FGV), André Braz, declara que a grande valorização do IGP-M, na pandemia, deve servir de aprendizado para o agentes econômicos repensarem acerca do que é melhor para os respectivos empreendimentos.

O que muda para o investidor com a mudança do IGP-M nos fundos imobiliários

O analista de investimentos da Necton, José Navikas, afirma ao InfoMoney que — para o investidor — seria mais interessante a manutenção do IGP-M. Ao considerar a série histórica, na grande parte do tempo, o IGP-M esteve acima do que o IPCA.

Apesar disso, o analista destaca que a mudança de indexador não é, necessariamente algo negativo para o cotista. Ele argumenta que os casos precisam ser analisados de modo individual — e o investidor deve se atentar às contra partidas presentes na mudança.

A estimativas recentes para os indicadores econômicos também suavizam possíveis preocupações com a mudança de índices negociada pelos FIIs com os inquilinos.

Para os próximos meses, o analista prevê a sequência da alta da taxa de juros — de modo a começar a ver uma inflação mais controlada. Com isso, ele afirma que “o impacto dos índices de inflação, seja qual for, não será tão grande”.

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Silvio SuehiroSilvio Suehiro
Silvio Suehiro possui formação em Comunicação Social - Jornalismo pela Universidade de Mogi das Cruzes (UMC). Atualmente, dedica-se à produção de textos para as áreas de economia, finanças e investimentos.