A Kairós Capital, em carta aos investidores, estima que a economia brasileira deve enfrentar dificuldades neste ano. Entre os maiores problemas para o Brasil em 2022, a gestora cita o grande nível de endividamento, a falta de compromisso dos políticos e o processo eleitoral, que deve elevar a polarização.
Em documento, a Kairós Capital afirma que o Brasil, estruturalmente, possui alto endividamento público e tem crescimento muito pequeno para estabilizar — ou até mesmo diminuir — esse endividamento.
A gestora de investimentos aponta que, desde 1980, o crescimento médio anual do país foi de 2,3%. Já na última década, o aumento foi de apenas 1,2%.
A Kairós Capital afirma que “a perspectiva para o futuro não é animadora”. Isso porque “o crescimento do PIB é o resultado da produtividade (baixa, pois não temos tecnologia ou educação) multiplicada pelo crescimento da população ativa (baixa, ao redor de 1% aa)”.
A gestora levanta que o país tem um crescimento de PIB potencial baixo — próximo a 1,5% e com tendência decrescente.
Segundo a Kairós, “um grande esforço reformista teria de ser feito para que o ganho de produtividade compensasse o inevitável envelhecimento da população”. Ela afirma não estar animada com o debate político atual sobre este esforço reformista.
Conforme a gestora, a dívida bruta brasileira está em aproximadamente 82% do PIB. Esta é uma das maiores entre as principais nações emergentes.
Perspectiva da gestora de investimentos para o Brasil em 2022
Para este ano, a Kairós Capital prevê que haverá inflação em redução e juros reais altos. Na avaliação da gestora, os juros altos e a diminuição da renda real devem possibilitar a desaceleração da inflação.
A empresa argumenta que “O ambiente de baixo crescimento será inibidor de repasses mais perenes de preços”.
O mais provável, segundo a gestora “é que haja uma compressão de margens de lucro na economia para acomodar o desafiador 2022”.
Atualmente, a Kairós entende que a política monetária é mais potente do que nos anos do governo de Dilma Rousseff (2011-2016). A gestora alega que não ficaria espantada com números menores — tanto de inflação quanto de crescimento em 2022.