Em decorrência da queda na produção industrial em outubro e dos dados econômicos do PIB abaixo da expectativa que foram revelados nesta semana pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), sobre o PIB os economistas do mercado tem atualizado para baixo as projeções para a atividade em 2021 e também em 2022.
Através de um relatório, a XP diz que o resultado da produção industrial divulgado hoje, que revelou uma queda de 0,6% na base mensal, foi tida como uma surpresa negativa, uma vez que a expectativa da casa era de uma alta de 0,8% em comparação com o mês de setembro.
Porém, para o ano que vem, a XP projeta uma diminuição gradual nas interrupções na cadeira de suprimentos que prejudicam a produção de manufatura. É esperado que toda produção industrial cresça cerca de 0,5% em 2022, após o encolhimento de 4,5% em 2020 e da recuperação de 4,3% este ano.
Quarto trimestre
André Perfeito, economista-chefe da Necton, avalia que os dados da indústria divulgados hoje, demonstram que um começo de quarto trimestre ruim, pode levar para baixo a atividade de 2021.
“A combinação de juros em alta e falta de um plano claro da administração federal tem cobrado um preço elevado na atividade no país e esta tendência deve continuar. Não há espaço para melhora no curto prazo”, disse.
Ele acredita que a fraca atividade deve segurar a alta de juros no Brasil. Por enquanto, a empresa mantém a projeção de crescimento do PIB em 0,3% em 2022.
Na visão do economista Alberto Ramos, do Goldman Sachs, a atividade industrial teve um resultado decepcionante no mês de outubro.
“Daqui para frente, espera-se que o setor industrial continue a enfrentar ventos contrários de condições financeiras mais apertadas (taxas crescentes), demanda fraca à medida que a inflação corrói a renda disponível real, fricções persistentes na cadeia de abastecimento (oferta limitada de semicondutores) e maiores custos de logística, energia e de outros insumos”, disse Alberto ao InfoMoney.