- Ceia de Natal ficará 5,91% mais cara em 2021;
- Previsões da inflação e do PIB influenciam na alta da ceia;
- Carne de porco poderá ser a melhor escolha na ceia de Natal.
A alta na inflação reflete nos preços de uma série de produtos e serviços comercializados no Brasil. Entre eles estão os itens da ceia de Natal, como o panetone, peru, vinho, entre outros.
De acordo com uma estimativa prévia levantada pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), o aumento gira em torno de 5,91% em relação ao período entre dezembro de 2020 e outubro de 2021. O cálculo sobre a alta na ceia de Natal levou em consideração o Índice de Preços ao Consumidor (IPC).
Alta da inflação
Nesta semana, o Ministério da Economia aumentou mais uma vez a previsão de inflação para 2021. Segundo o Boletim Macrofiscal da Secretaria de Política Econômica, a previsão de alta da inflação subiu de 7,9% para 9,7%. Enquanto isso, a estimativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) caiu de 5,3% para 5,1%.
É importante explicar que o PIB trata-se da soma de todos os bens e serviços produzidos no país, e serve como um medidor base para a evolução da economia. Mas não para por aí, a estimativa do Governo Federal para 2022 também caiu de 2,5% para 2,1%. Mesmo diante da baixa, a economia brasileira se mantém superior às previsões do mercado.
Isso porque, os especialistas do mercado financeiro estimam um crescimento de 4,88% em 2021 para 0,93% em 2022. De acordo com a pasta, o valor superior projetado para o crescimento do próximo ano em relação às previsões do mercado financeiro, “se deve à melhora no mercado de trabalho e no investimento privado, principalmente em infraestrutura”.
Impacto da inflação na alta da ceia de Natal
Além das previsões quanto à alta da inflação para 9,7%, também é preciso considerar que a base utilizada para identificar o encarecimento da ceia de Natal também tem a influência da taxa inflacionária, o IPC. Em São Paulo no mês de dezembro do ano passado, o preço da cesta básica era R$ 309,86.
Contudo, no mês de outubro a cesta básica mais barata estava a R$ 328,17. Mesmo diante da oscilação, a tendência é para que haja uma alta nos meses de novembro e dezembro de 2021.
Segundo o analista-técnico da Fipe, Marcelo Pereira, “A prévia acaba ficando um pouco defasada devido aos itens que são sazonais. Por exemplo, o lombo, o pernil e o peru têm impacto maior em novembro e dezembro. Por isso, a tendência é que tenha uma alta até o fechamento do índice da cesta, na segunda quadrissemana de dezembro”, afirmou.
Itens mais caros da ceia de Natal
A pesquisa Fipe avaliou 15 produtos tradicionais na cesta de Natal, além de outros 11 da lista de demais itens natalinos. Desta forma, foi possível observar que além da alta de 25,96% do panetone, o aumento também atingiu a azeitona verde sem caroço em 21,91% e a caixa de bombom de chocolate em 12,83%.
No que compete às carnes, o filé mignon lidera a alta com 35,17%, seguido pelo bacalhau com 12,34%, cujo aumento pode ser justificado pela grande procura que impacta diretamente o câmbio.
Enquanto isso, o chester registrou uma elevação de 7,27%, bem como o peru. Em contrapartida, a carne suína teve um recuo no preço, registrando -9,76%.
A tendência é para que o corte da carne de porco continue sendo uma das mais baratas até a ceia de Natal.
“Os preços das carnes suínas que estão com variação negativa no ano, mesmo que subam, ainda se tornam bem vantajosos em relação ao bacalhau e ao filé mignon, por exemplo”, disse o analista-técnico.
O efeito contrário poderá ser notado no panetone que, ao contrário dos demais itens sazonais, o preço é mais alto antes de dezembro. Durante as primeiras semanas de dezembro, o preço tende a ter uma leve recuada e, provavelmente, será o único item sazonal da ceia de Natal que terá uma queda no preço até o final do ano.