Nesta segunda, 18, Jair Bolsonaro afirmou que a inflação no país começará a cair. Porém, novamente o presidente faz uma afirmação sem base e que vai no caminho oposto dos especialistas.
“Creio que brevemente a inflação começará a diminuir”, disse o presidente, que não trouxe nenhuma explicação que embasasse o comentário. Em sua visão, a queda da inflação acontecia através do estímulo ao agronegócio.
A afirmação de Bolsonaro foi feita no evento de lançamento do programa concebido para combater a seca, o Jornada das Águas. O evento foi realizado em São Roque de Minas, em Minas Gerais.
Segundo o relatório Boletim Focus, elaborado pelo Banco do Brasil, a inflação ao consumidor que estava estimada em 8,59% em 2021, saltou para 8,69%, fechando em alta pela 28ª semana seguida.
Durante sua fala no evento, o presidente disse ainda que o governo federal está “fazendo sua parte” e que ele não vê um possível desabastecimento nos país, porém não foi específico.
Os caminhoneiros vem alertando nos últimos dias para um possível desabastecimento de diesel, por conta dos cortes de fornecimento que a Petrobras está praticando.
O próprio presidente alertou várias vezes que a falta de fertilizantes no mercado causaria um desabastecimento de alimentos no Brasil em 2022.
Presidente quer mudanças na conta de luz
Jair Bolsonaro disse que vai determinar que o ministro Bento Albuquerque (Minas e Energia) faça a atual bandeira tarifária voltar ao normal. A bandeira aplicada atualmente tem encarecido a conta de luz dos consumidores.
Em um evento realizado pela igreja evangélica Comunidade das Nações, o presidente comemorou a chuva que caiu em algumas partes do Brasil.
“Meu bom Deus nos ajudou agora com chuva. Estávamos na iminência de um colapso. Não podíamos transmitir pânico na sociedade. Dói a gente autorizar ao ministro Bento, das Minas e Energia, decretar a bandeira vermelha. Dói no coração, sabemos da dificuldade da energia elétrica. Vou pedir para ele, pedir não, determinar, que volte a bandeira ao normal a partir do mês que vem”, disse.
Novamente Bolsonaro promete algo que não está sob seu controle. A Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) é o órgão encarregado de determinar as bandeiras tarifárias do pais, porém, neste caso de bandeira de escassez hídrica criada em 2021 contra a crise hídrica, a decisão é da Câmara de Regras Excepcionais para Gestão Hidroenergética (Creg), que é presidida por Albuquerque.