Um levantamento realizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) nos últimos dias, indica que a alta na inflação afeta diretamente as famílias de baixa renda. A análise feita considera o acumulado de 12 meses até agosto de 2021, identificando a influência do percentual de 10,63%.
De acordo com o Indicador de Inflação por Faixa de Renda, publicado pelo Ipea na última quinta-feira, 15, as família cuja renda salarial máxima é de R$ 1.808,79 sofrem mais com os impactos da inflação do que aquelas com maior poder aquisitivo, que chegam a receber até R$ 17.764,49 por mês. O aumento no preço dos alimentos é a principal reclamação identificada.
Isso porque, as famílias de baixa renda têm dificuldades de manter uma alimentação nutritiva básica, pois enquanto itens como o arroz e o feijão tiveram uma redução nos preços, a carne teve um reajuste expressivo, até mesmo o frango que era uma das proteínas mais baratas, teve um aumento de 4,5%.
O levantamento também mostra um aumento geral de 16% no preço dos alimentos. O destaque foi dado para a batata com 20%, para o café com 7,6%, para o açúcar com 4,6%, para o frango com 4,5% e ovos com 1,6%.
Por outro lado, as famílias mais ricas alegam que o reajuste no preço do etanol, dos automóveis novos e do aluguel aumentaram bastante e são difíceis de custear. Por outro lado, o valor das passagens aéreas teve uma queda em torno de 11%.
Outros itens também têm passado por reajustes constantes, embora o levantamento não tenha os indicado como prioridade para as famílias pesquisadas. São eles:
- Energia elétrica: 1,1%;
- Gás encanado: 2,7%
- Botijão de gás: 2,4%.
Ainda que as reclamações quanto ao aumento na conta de luz não tenham liderado a pesquisa do Ipea, o reajuste na energia tem pesado no bolso dos brasileiros, sobretudo, para as famílias de baixa renda. Estima-se que a média da conta de luz equivalha a 4,5% do orçamento dos cidadãos brasileiros.
No entanto, há chances de esta despesa comprometer até 10% da renda daquelas famílias que recebem até dois salários mínimos. Na prática, a cada R$ 100, R$ 10 são destinados à conta de luz.
E a energia elétrica não foi o único serviço que ficou mais caro para os brasileiros nos últimos tempos. Segundo um levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no mês de agosto deste ano, 72% dos itens avaliados apresentaram um percentual mais elevado.