Após um encontro entre o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, e o presidente da República, Jair Bolsonaro, a aplicação da vacina contra a Covid-19 em adolescentes passou por mudanças. Isso porque, Bolsonaro questionou Queiroga sobre a necessidade de vacinar os jovens na faixa etária de 12 a 17 anos sem comorbidades.
Para o presidente, este grupo não apresenta riscos, no momento. Em explicação sobre o que, para ele, trata-se de uma sugestão dada a Queiroga, Bolsonaro disse que, não é uma “imposição, eu levo para ele o meu sentimento, o que eu leio, o que eu vejo, o que chega ao meu conhecimento”.
Foi então que durante uma coletiva de imprensa, informou oficialmente que todos os adolescentes que já iniciaram a imunização com a primeira dose da vacina, não devem completar o esquema vacinal com a segunda dose.
O ministro da Saúde lembrou que este público foi autorizado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) a se vacinar com a Pfizer.
Na época, também determinou-se que a prioridade deveria ser dada aos adolescentes com idade entre 12 a 17 anos com comorbidades, para somente então, liberar a imunização para o restante do grupo.
Ainda assim, estados e municípios tiveram total liberdade para adequar o cronograma vacinal de acordo com a realidade local, o que muitos fizeram já dando início à imunização dos jovens em geral.
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, recorreu a estudos internacionais, que restringem o uso da vacina contra a Covid-19 em adolescentes sem comorbidades.
Por isso, decidiu revisar detalhadamente o banco de dados do DataSUS e atualizar a nota técnica 40 da Secovid e retirar este público do cronograma de vacinação nacional.
Novamente, Bolsonaro fez questão de ressaltar que a conversa com Queiroga não foi uma imposição. Segundo ele, até mesmo a Organização Mundial da Saúde é contra a aplicação da vacina contra a Covid-19 em adolescentes. No entanto, a Anvisa se posiciona a favor fazendo esta recomendação, mas que, os órgãos nacionais não são obrigados a cumprir uma recomendação.
Queiroga ainda lembrou que a OMS recomenda a ampliação do cronograma vacinal para as pessoas em situação de vulnerabilidade. Ele também disse que os dados do DataSUS informam que até o momento, 3,5 milhões de adolescentes já foram imunizados com mais de uma vacina, embora somente a Pfizer seja oficialmente recomendada.
Diante da decisão federal, sete capitais brasileiras já anunciaram a interrupção da aplicação da vacina contra a Covid-29 em adolescentes. Tratam-se de Belém, Belo Horizonte, Curitiba, Maceió, Natal, Manaus e Salvador. Em contrapartida, Rio de Janeiro e São Paulo optaram por manter a imunização deste público.