Segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), divulgada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o percentual de famílias brasileiras com dívidas bateu o recorde de 72,9%.
Em agosto, um em cada quatro brasileiros (25,5%) estavam inadimplentes, ou seja, não conseguiram quitar seus compromissos financeiros no prazo. Além disso, 21,1% das famílias endividadas estão com mais de 50% da renda mensal comprometida com dívidas.
O cenário é alarmante e as justificativas são diversas. Os especialistas atribuem à precariedade do mercado de trabalho formal e à inflação elevada. Mas é também verdade que existe uma política de democratização do crédito a fim de que as concessões alcancem cada vez mais e mais brasileiros.
Ora, se por um lado há um incentivo para a concessão de crédito a um número cada vez maior de pessoas, por outro lado haverá um número cada vez maior de endividados.
A relação de causa e efeito é inevitável. Para que haja crédito responsável, o acesso à educação financeira no país precisa ser ainda mais difundido.
O crédito não é de todo ruim. Com o aumento do desemprego, muitos brasileiros começaram a empreender e lançaram mão do crédito para iniciar suas operações.
No entanto, para evitar a inadimplência e garantir o sucesso do empreendimento, é muito importante ter um plano de negócios bem estruturado e o Sebrae é o melhor ponto de apoio neste sentido.
O que ocorre, porém, é que o brasileiro enxerga a dívida como a única solução para seus problemas financeiros ou como um complemento da sua renda. Tanto é assim que em agosto, a proporção de dívidas no cartão de crédito renovou o recorde histórico, alcançando 83,6% das famílias endividadas no País.
Afinal, quantas vezes você não escutou aquela frase famosa “não tem dinheiro? parcela no cartão”.
A dívida não é a solução para a falta de dinheiro. Muitas vezes, é justamente o contrário. A falta de dinheiro é agravada pelo endividamento. É preciso analisar a causa do problema e usar a criatividade para buscar soluções.
Pode ser que você tenha perdido o emprego recentemente e esteja enfrentando dificuldades para se recolocar, mas talvez nesse momento você precise concentrar seus maiores esforços em fazer dinheiro e não em conseguir um emprego. Você pode fazer dinheiro fazendo vendas, prestando serviços, empreendendo.
Use a sua criatividade para pensar em novas ideias, converse com pessoas, faça cursos gratuitos para desenvolver habilidades.
Mas talvez a sua falta de dinheiro seja decorrente da desorganização financeira e da ausência de controle dos gastos. Você até tem uma boa renda, mas não consegue controlar o que recebe. Você pode aprender uma nova forma de lidar com o dinheiro. Comece definindo suas metas e prioridades.
Atenção! Cuidado com os parcelamentos. Evite parcelar gastos mensais recorrentes, como compras de supermercado, combustível, contas de luz, gás, água, etc. Esses gastos vão continuar existindo todo mês e os parcelamentos podem acabar se tornando uma grande bola de neve de dívidas.