Reformulação do Minha Casa Minha Vida vira assunto em debate após declaração do ministro da economia, Paulo Guedes. Em entrevista, o parlamentar alegou estar inseguro com a nova medida que concede voucher para que os beneficiários administrem a condição das obras dos imóveis. Segundo ele, há controversas no texto do projeto que poderá resultar em falhas.
Questionado pelos jornalistas se a distribuição dos vouchers poderia dar certo, Guedes respondeu que “claro que sim. No liberalismo, é sempre melhor o cidadão decidir do que o Estado. Margaret Thatcher resolveu o problema habitacional da Inglaterra assim. Vai ser bom para o Brasil também”.
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No entanto, a adesão ao sistema poderia gerar uma crise entre governo e a Caixa Econômica Federal, banco responsável pelos financiamentos. O presidente da rede, Pedro Guimarães, afirmou em entrevista ser contrário ao método adotado.
A novidade no programa foi anunciado no fim de 2019 e tem como objetivo tornar o processo de construção dos imóveis menos burocrático a partir do desligamento das grandes empreiteiras com o governo federal.
A ideia é que os beneficiários da Faixa 1, ao receberem os vouchers, sejam responsáveis por escolher o engenheiro, local da obra e demais serviços.
Além disso, há também a oportunidade de comprar imóveis já prontos para reforma, desde que estes estejam dentro dos R$ 60 mil que serão liberados.
Responsabilidade bancária sobre o Minha Casa Minha Vida
Para tornar o processo mais seguro, o governo informou que as taxas de serviços por parte das instituições financeiras deverão ser custeadas pelos próprios beneficiários, também inclusas no valor liberado.
Entretanto, os bancos não demonstram-se muitos satisfeitos, alegando que se houver um desvio de dinheiro por parte do cidadão a instituição deverá arcar com a despesa. Foi em meio a esse diálogo que Guedes foi questionado se há chances de falhas no programa.
O ministro afirmou que prefere acreditar e confiar que os beneficiários utilizarão a quantia da forma correta, tendo em vista que ela possibilitará o sonho da casa própria.
Porém, também disse que para ter melhor controle, os valores serão depositados não em suas contas, mas nas contas dos engenheiros contratados.
Os profissionais precisarão enviar seus projetos para a análise do governo que decidirá se a construção será viável ou não. Na sequência, a primeira parte do valor será liberado e na metade da obra o restante será enviado para poder finaliza-la.