Funcionários do INSS opinam sobre contratação de militares 

Para zerar a fila de pedidos do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), o governo precisa de ajuda. Por conta disso, decidiu contratar militares para conseguir diminuir o atraso nos atendimentos. Os funcionários do INSS, no entanto, se posicionaram sobre a contratação dos militares. 

Funcionários do INSS opinam sobre contratação de militares 
Funcionários do INSS opinam sobre contratação de militares

Atualmente, a fila está com cerca de 2 milhões de pessoas que esperam pela concessão do benefício. Cerca de 1,3 milhões desses pedidos, aguardam uma resposta há mais de 45 dias. 

Em contra partida, os servidores da Previdência também estão sofrendo, já que a anos solicitam reforços ao governo.

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Serão realizadas a admissão de 7 mil militares para ajudar no atendimento das agências, mas os funcionários do INSS acreditam que isso não é o suficiente.

Em entrevista ao Jornal O Estado de Minas, a servidora Rita de Cássia Assis, funcionária do órgão há mais de 15 anos afirma que essa contratação de profissionais não especializados pode gerar um “retrabalho”.

Isso por conta de informações que podem ser recolhidas erradas e a pessoa pode ter que voltar à agência. Considerando que a legislação da Previdência Social é complexa e exige um tempo para estudo aprofundado. 

“Já teve caso de a fila de espera chegar a cinco horas, e não é qualquer funcionário que consegue resolver os problemas”, conta.

Segundo Rita, as piores situações foram durante a reforma da Previdência, que ocorreu no ano passado em novembro. 

A funcionária afirma que mesmo com a ajuda das plataformas digitais as filas não diminuíram, pois algumas situações só podem ser resolvidas presencialmente. 

“Ainda tem muita gente que não tem acesso à internet, isso exclui uma parcela da população. As pessoas têm problemas no benefício e não conseguem atendimento pelo telefone. Vêm pessoalmente. Tirar atendente capacitado vai ser um problema para esse grupo”, diz.

Ela conta que é muito comum os beneficiários chegarem com o celular e pedirem ajuda para acessar o sistema.  

“Atendi uma senhora de 92 anos recentemente, de baixa renda e sem nenhuma noção de como acessar o aplicativo”, lembra. 

Outros funcionários do INSS acreditam que essa contratação pode ser ruim, pois os militares deverão ser capacitados e isso será feito pelos servidores, o que pode atrasar ainda mais a concessão de benefícios. 

Porém, os servidores não têm apenas críticas, foram apontadas como solução a realização de concurso para cobrir a defasagem de 16 mil trabalhadores que poderiam atuar nas agências .