O governo de Jair Bolsonaro já havia anunciado que neste ano, o programa iria sofrer mudanças. Entre elas, o corte do Bolsa Família apontando benefícios com irregularidades, na operação chamada pente fino. Foi o que aconteceu no estado do Rio Grande do Sul.
Entre os meses de janeiro e novembro do ano passado, cerca de 47,6 mil beneficiários gaúchos foram retirados do programa pelo Ministério da Cidadania, por conta de irregularidades no cadastro.
Isso fez com que o governo deixasse de gastar cerca de R$50 milhões com a transferência de renda no Estado.
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O pente-fino está sendo realizado por todo o Brasil, já atingiu 1,3 milhão de pessoas e estima que serão economizados pelo governo cerca de R$1,4 bilhão com o corte no Bolsa Família.
De acordo com o Ministro da Cidadania, Osmar Terra, esses casos de cancelamento ocorrem por conta do critério para o recebimento do benefício.
Foram realizados o cruzamento de sistemas diferentes para o procedimento, que continuará neste ano de 2020.
O próximo objetivo é tentar filtrar os beneficiários que fazem declaração de Imposto de Renda, o que irá ajudar a identificar mais fraudes. Mas para isso, seria necessário realizar um projeto de lei, decreto ou uma parceria com a Receita para repassar as informações.
Em uma entrevista ao O Diário, Osmar Terra, comentou sobre essa medida.
“Queremos manter o número de benefícios que for estritamente necessário. Em 2020, a revisão pode chegar a algo parecido com a de 2019. Talvez um milhão de benefícios (cancelados) no país, talvez cerca de 40 mil no Rio Grande do Sul”.
Conforme dados disponibilizados pelo governo recentemente, o programa contou com 364,6 mil beneficiários, em 2019, no Rio Grande do Sul. O estado é a 14ª unidade da federação que recebe mais auxílio.
Em comparação a 2018, quando o estado chegou a 446,1 mil famílias registradas, a queda chega a 22%. No Brasil, no mesmo período, o número de cadastros passou de 16,1 milhões para 14,2 milhões, redução de 15%.
Apesar disso, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), aponta que em 2018 o Brasil fechou o ano com 13,5 milhões de pessoas em situação de extrema pobreza, o maior número registrado em sete anos.
E caso o pente-fino não seja bem criterioso, e saiba analisa todos os fatos, pode aumentar ainda mais essa estatística.