Cheque especial: Câmara vai propor novas modalidades para taxação

Funcionamento do cheque especial poderá ser modificado mais uma vez. Insatisfeito com as decisões tomadas pelo Banco Central, que determinou a taxação máxima de 8% na utilização do crédito, Rodrigo Maia (DEM-RJ) está estruturando um projeto para reformular as regras sobre a cobrança dos bancos em cima desse serviço.

Cheque especial: Câmara vai propor novas modalidades para taxação
Cheque especial: Câmara vai propor novas modalidades para taxação

“O mais importante é mostrar que 8% não vai resolver o problema mesmo sendo uma decisão heterodoxa de limitar juros. O ideal é que o cheque especial seja usado para problemas com alguma urgência e que se pense uma solução como ocorreu com o cartão de crédito na gestão do Ilan [Goldfajn]”, disse Maia ao Valor.

Saiba também: Cheque especial: mais uma reviravolta na cobrança de tarifa 

Segundo o deputado, sua ação tem como objetivo obrigar as instituições financeiras a oferecerem outras modalidades alternativas de crédito, de modo que seus clientes não fiquem presos as suas taxações.

Ele defende que é preciso que os bancos mantenham seus consumidores atualizados quanto as alterações dos limites e que as mesmas devem ser positivas e propor alternativas.

O texto do projeto determina penalidades para as marcas que não comunicarem as mudanças aos clientes e também não cumprirem com os acordos estabelecidos. As sanções poderão variar desde a cobrança por multas até a cassação de autorização para funcionamento.

Se for aplicada uma multa, o valor deve chegar até R$ 2 bilhões ou 0,5% da receita de serviços e de produtos financeiros acumulados no ano anterior ao da violação.

Segundo Maia, espera-se que o texto seja finalizado ainda esse mês e entre em debate na Câmara dos Deputados ainda em fevereiro, sob apresentação do deputado Raul Henry (MDB-PE).

Decisões do Banco Central sobre o cheque especial

Ainda no fim de 2019, durante o mês de novembro, o BC anunciou as novas regras sobre o funcionamento do cheque-especial. A instituição determinou uma cobrança máxima de 8% para os bancos que oferecerem a modalidade.

O projeto foi desenvolvido sob supervisão do então ministro da economia, Paulo Guedes, pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e pelo secretário especial da Fazenda, Waldery Rodrigues.

Anteriormente a mudança, as taxas médias cobradas no cheque especial eram de 330% ao ano, o equivalente a 12,9% ao mês.

Eduarda AndradeEduarda Andrade
Mestre em ciências da linguagem pela Universidade Católica de Pernambuco, formada em Jornalismo na mesma instituição. Atualmente se divide entre a edição do Portal FDR e a sala de aula. - Como jornalista, trabalha com foco na produção e edição de notícias relacionadas às políticas públicas sociais. Começou no FDR há três anos, ainda durante a graduação, no papel de redatora. Com o passar dos anos, foi se qualificando de modo que chegasse à edição. Atualmente é também responsável pela produção de entrevistas exclusivas que objetivam esclarecer dúvidas sobre direitos e benefícios do povo brasileiro. - Além do FDR, já trabalhou como coordenadora em assessoria de comunicação e também como assessora. Na sua cartela de clientes estavam marcas como o Grupo Pão de Açúcar, Assaí, Heineken, Colégio Motivo, shoppings da Região Metropolitana do Recife, entre outros. Possuí experiência em assessoria pública, sendo estagiária da Agência de Desenvolvimento Econômico do Estado de Pernambuco durante um ano. Foi repórter do jornal Diário de Pernambuco e passou por demais estágios trabalhando com redes sociais, cobertura de eventos e mais. - Na universidade, desenvolve pesquisas conectadas às temáticas sociais. No mestrado, trabalhou com a Análise Crítica do Discurso observando o funcionamento do parque urbano tecnológico Porto Digital enquanto uma política pública social no Bairro do Recife (PE). Atualmente compõe o corpo docente da Faculdade Santa Helena e dedica-se aos estudos da ACD juntamente com o grupo Center Of Discourse, fundado pelo professor Teun Van Dijk.