SALESóPOLIS, SP — O Benefício de Prestação Continuada (BPC) passará por mudanças importantes em 2026, especialmente no critério de renda familiar. Com o aumento do salário mínimo, o limite de renda por pessoa da família para ter direito ao benefício também será reajustado, o que pode permitir que mais brasileiros tenham acesso ao BPC.

(Foto: I.A/Sora)
A seguir, entenda o que muda, quem pode se beneficiar e como funciona o novo cálculo de renda do BPC.
O que é o BPC e quem tem direito
O BPC é um benefício assistencial pago pelo INSS no valor de um salário mínimo mensal, destinado a:
- Idosos com 65 anos ou mais;
- Pessoas com deficiência de qualquer idade, desde que comprovem impedimentos de longo prazo.
Diferente da aposentadoria, o BPC não exige contribuição ao INSS, mas possui critérios rigorosos de renda familiar.
Regra de renda do BPC: como funciona hoje
Atualmente, para ter direito ao BPC, a renda familiar per capita deve ser de até 25% do salário mínimo por pessoa da família.
Em 2025, com o salário mínimo fixado em R$ 1.518, o limite de renda por pessoa é de:
-
R$ 379,50 por integrante da família
Se a renda mensal dividida pelo número de pessoas da família ultrapassar esse valor, o pedido pode ser negado — salvo exceções analisadas pela Justiça ou pelo próprio INSS.
Salário mínimo de 2026 sobe e limite do BPC aumenta
A previsão é que o salário mínimo em 2026 suba de R$ 1.518 para R$ 1.621. Com esse reajuste, o limite de renda do BPC também será alterado automaticamente.
Com o novo valor, o cálculo passa a ser:
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25% de R$ 1.621 = R$ 405,25 por pessoa da família
Isso representa um aumento de R$ 25,75 no limite de renda per capita, o que pode parecer pequeno, mas faz diferença para milhares de famílias que hoje ficam fora do benefício por poucos reais.
Mais pessoas poderão receber o BPC em 2026
Com o novo limite de renda, famílias que antes ultrapassavam o teto permitido podem passar a se enquadrar nas regras do BPC. Especialistas apontam que o reajuste do salário mínimo tende a:
- Ampliar o número de idosos elegíveis ao benefício
- Facilitar o acesso de pessoas com deficiência em situação de vulnerabilidade
- Reduzir indeferimentos por renda muito próxima do limite
Esse efeito é especialmente relevante em famílias pequenas, onde qualquer aumento no teto per capita impacta diretamente a elegibilidade.
É preciso fazer novo pedido?
Quem já recebe o BPC não precisa solicitar novamente por causa do reajuste. Já quem teve o benefício negado anteriormente por renda pode:
- Fazer um novo requerimento em 2026
- Atualizar o Cadastro Único (CadÚnico), etapa obrigatória para análise do benefício
Manter os dados atualizados será essencial para aproveitar as novas regras.
Atenção: outras regras do BPC continuam valendo
Apesar do aumento no limite de renda, outras exigências permanecem, como:
- Inscrição ativa e atualizada no CadÚnico
- Avaliação social e médica (no caso de pessoas com deficiência)
- Análise detalhada da composição e renda familiar
Ou seja, o reajuste facilita o acesso, mas não elimina a necessidade de cumprir todos os critérios.
Conclusão
O aumento do salário mínimo em 2026 traz um impacto direto e positivo para o BPC. Com o novo limite de renda de R$ 405,25 por pessoa, mais famílias poderão se enquadrar nas regras e garantir um benefício essencial para a sobrevivência.
Para quem depende do BPC ou pretende solicitar o benefício, 2026 pode ser um ano decisivo. Manter o CadÚnico atualizado e acompanhar as regras será fundamental para não perder essa oportunidade.

