Cientistas não recomendam creatina para a academia, entenda o motivo

A creatina sempre esteve associada à academia e ao ganho de massa muscular. Porém, cientistas têm ampliado a visão sobre esse suplemento.

Pesquisas recentes mostram que ela pode ser benéfica para quem não pratica musculação, especialmente para idosos, vegetarianos, veganos e pessoas com desgaste cognitivo.

A seguir, você entende por que o suplemento está entrando para o campo da saúde preventiva.

O que é creatina e por que ela ganhou fama nas academias?

A creatina é uma substância produzida pelo corpo e obtida por alimentos como carne e peixe. Ela atua no fornecimento rápido de energia para células musculares e neurônios.

Por causa disso, ficou conhecida como o suplemento ideal para:

  • melhorar força e explosão muscular
  • acelerar a recuperação
  • estimular ganhos de massa magra

Essa reputação fez com que muitos acreditassem que ela só serve para atletas. Mas esse é justamente o equívoco que os cientistas estão corrigindo agora.

Um pote de creatina na mesa, ao lado dois pratos
Creatina ─ Imagem: Geração/FDR

Por que pesquisadores estão recomendando creatina para além da musculação?

Estudos recentes apontam que os benefícios da creatina vão muito além da hipertrofia. Ela pode ajudar a preservar capacidades vitais com o envelhecimento e em contextos específicos.

Benefícios para a saúde cerebral

O cérebro também usa creatina para gerar energia.
Por isso, pesquisadores têm observado melhorias em funções como:

  • memória e atenção
  • raciocínio sob estresse
  • foco em pessoas privadas de sono
Um rapaz sentado com um copo de suco de uva não, um prato com comida em sua frente e um scoop com creatina
Cientistas não recomendam creatina para a academia ─ Imagem: Geração/FDR

Há também análises sobre seu potencial como suporte em:

  • doenças neurodegenerativas
  • sequelas pós-traumáticas
  • redução da fadiga mental

Ou seja, não é exagero considerar a creatina como uma aliada da saúde cognitiva.

Combate à perda muscular em idosos

A perda de massa magra com a idade (sarcopenia) afeta mobilidade, equilíbrio e independência. A creatina pode:

  • preservar força e funcionalidade
  • reduzir risco de quedas
  • melhorar qualidade de vida na terceira idade

Mesmo que o idoso não treine pesado, há ganhos metabólicos importantes. Porém, quando combinada a exercícios de resistência, o efeito se amplifica.

Ajuda para vegetarianos e veganos

Quem não consome produtos de origem animal tende a possuir níveis menores de creatina armazenada. Assim, a suplementação pode:

  • otimizar energia celular
  • favorecer desempenho cognitivo
  • reduzir fadiga

Neste grupo, inclusive, os benefícios podem ser ainda mais expressivos que em carnívoros.

Apoio ao desempenho diário, não só esportivo

Mesmo pessoas que treinam moderadamente — ou até pouco — podem sentir:

  • mais energia para tarefas do dia
  • menos cansaço mental em rotinas exigentes
  • recuperação mais rápida após esforços pontuais

A creatina ajuda o corpo a ter reserva energética para situações comuns, não apenas para atletas.

Mas então, qualquer pessoa deve tomar?

Apesar do avanço das pesquisas, ninguém deve considerar a creatina como uma solução “universal”. O contexto, sem dúvida, faz diferença.

Pode ser benéfica para:

  • idosos
  • vegetarianos e veganos
  • pessoas com privação de sono e alta carga mental
  • indivíduos em reabilitação ou com fragilidade muscular
  • quem pratica exercícios, mesmo que leves

Já quem tem doenças renais ou condições cardiovasculares deve consultar um profissional de saúde antes.

Além disso, sem estímulo muscular mínimo, os efeitos no ganho de massa são discretos. Portanto, apesar de não ser exclusiva para a academia, ela funciona melhor integrada a hábitos mais ativos.

Creatina: suplemento esportivo ou ferramenta de saúde pública?

A resposta está mudando. Pesquisadores destacam que o envelhecimento populacional exige estratégias para preservar autonomia.
Se uma substância segura e acessível ajuda a manter:

  • músculos mais fortes
  • mente mais ativa
  • melhor qualidade de vida

Então ela passa a ser vista também como investimento em saúde e prevenção.

Essa virada de perspectiva explica por que médicos e nutricionistas estão olhando a creatina com outros olhos.

A creatina nunca foi apenas para quem busca músculos maiores.

Agora, a ciência reconhece sua importância nos músculos e no cérebro, com impacto direto no envelhecimento saudável e no desempenho cognitivo.

Por isso, especialistas já recomendam o suplemento para pessoas que sequer treinam em academia. Claro, desde que exista avaliação profissional e hábitos saudáveis complementares.

Moysés BatistaMoysés Batista
Moysés é Bacharel em Letras pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO). Além de ter entregue mais de 10 mil artigos em SEO nos últimos anos, tem se especializado na produção de conteúdo sobre benefícios sociais, crédito e notícias nacionais.