O Pix parcelado está prestes a estrear oficialmente no Brasil, e a expectativa é grande. O Banco Central deve regulamentar a novidade ainda em setembro de 2025. Mas, apesar de ser uma alternativa para quem não possui cartão de crédito, o serviço não será gratuito.
Com a nova modalidade, o consumidor poderá parcelar compras e transferências diretamente pelo Pix, mas com cobrança de juros embutidos. Ou seja, a praticidade vem acompanhada de custos que merecem atenção.
Como vai funcionar o Pix parcelado?
O processo será simples: durante a transação, o usuário poderá escolher a opção de parcelamento. Nesse caso, o banco ou fintech paga o valor integral ao recebedor imediatamente, enquanto o cliente assume parcelas com juros.
Na prática, o Pix parcelado funciona como uma linha de crédito liberada pela instituição financeira. O débito das parcelas ocorrerá de forma automática na conta do cliente, em datas combinadas.
Quais são as taxas e custos da operação?
Embora seja mais barato que o rotativo do cartão de crédito, que ultrapassa 400% ao ano, o Pix parcelado terá juros. Em alguns testes já feitos por bancos, as taxas ficaram entre 1,59% e 9,99% ao mês, dependendo do perfil do cliente.
Isso significa que, para quem já tem dificuldades em controlar dívidas, o recurso pode se tornar um risco.
O endividamento das famílias brasileiras já alcança 78,5%, segundo a Confederação Nacional do Comércio (CNC). 87% dessas dívidas, aliás, estão ligadas ao cartão de crédito.
Simulação de parcelas no Pix parcelado
Para entender melhor, confira uma simulação de uma compra de R$ 1.000 parcelada em 6 vezes, com diferentes taxas de juros mensais:
Taxa de Juros ao mês | Parcela aproximada | Total pago ao final | Custo adicional |
---|---|---|---|
1,59% | R$ 177,00 | R$ 1.062,00 | +R$ 62,00 |
4,99% | R$ 197,00 | R$ 1.182,00 | +R$ 182,00 |
9,99% | R$ 233,00 | R$ 1.398,00 | +R$ 398,00 |
Essa simulação mostra que o custo final pode variar bastante conforme a taxa aplicada pela instituição financeira.
Quem pode se beneficiar?
Apesar dos riscos, a novidade traz vantagens. Estima-se que 60 milhões de brasileiros não tenham cartão de crédito e, portanto, não conseguem acessar compras parceladas. O Pix parcelado pode ampliar a inclusão financeira.
Para lojistas, a medida também é positiva. Diferente das vendas no cartão, em que o valor pode demorar dias para cair na conta, o recebimento via Pix é imediato, garantindo liquidez e menos taxas.
Novidade exige atenção redobrada
O Pix parcelado, sem dúvida, pode ser um grande aliado em situações pontuais, especialmente em compras de maior valor.
Mas especialistas alertam: é preciso cautela. Parcelar com juros deve ser uma decisão planejada, e não uma saída para complementar a renda mensal.