SALESóPOLIS, SP — A renomada rede de fast food, Madero, foi alvo de intensas fiscalizações resultando em quase 200 autuações relacionadas a irregularidades trabalhistas. Essa fiscalização destacou problemas impactantes sobre os direitos dos trabalhadores.
(Foto: I.A/Sora)
Entre março e julho deste ano os auditores da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego de Minas Gerais (SRTE/MG) realizaram um processo de inspeção em 12 unidades da rede de hamburgueria Madero, todas dentro do estado de Minas Gerais.
De acordo com a SRTE/MG foram registradas 193 autos de infração devido a diversas irregularidades trabalhistas.
Quais irregularidades o fast food cometeu?
Segundo o relatório da SRTE/MG as infrações identificadas na rede Madero incluem:
- jornadas de trabalho inadequadas;
- ausência de pagamento de horas extras;
- condições de trabalho precárias;
- falta de registro de empregados;
- alojamentos inadequados;
- discriminação por idade e estado civil;
- ausência de políticas de prevenção ao assédio moral e sexual.
Além disso, foi relatado que os funcionários não usufruíam corretamente das pausas obrigatórias. Tais cenários violam frontalmente as leis trabalhistas em vigor, colocando os empregados em posição desfavorável.
Como a fiscalização em fast foods funciona?
- Inspeções regulares: Fiscais do trabalho visitam as unidades para garantir o cumprimento da legislação.
- Avaliação de documentos: Revistam folhas de ponto, contratos e registros de pagamento.
- Entrevistas com funcionários: Utilizam depoimentos para detectar irregularidades.
- Multas: As empresas são penalizadas em caso de infrações detectadas.
Como o Madero agiu contra os direitos dos trabalhadores?
De acordo com a reportagem do g1, foi descoberto que a rede Madero fazia anúncios de vagas de emprego focando em jovens entre 18 e 25 anos, principalmente das regiões Norte e Nordeste.
Os funcionários eram redirecionados para trabalhar em outros estados do Brasil, sem que pudessem escolher onde. Para garantir esse esquema eles faziam questionamentos obrigatórios sobre estado civil e filhos, o que é proibido por lei.
Além disso, os auditores visitaram os alojamentos onde os funcionários viviam e encontraram diversos fatores que violam os direitos trabalhistas.
Por exemplo, os alojamentos ficavam a mais de 40 minutos a pé dos restaurantes, e os colaboradores eram penalizados se não cumprissem com regras de limpeza ou recebessem visita no local.
Cada uma das 193 infrações pode gerar multas administrativas, cujo valor varia de acordo com a gravidade e o porte da empresa. A Secretaria de Inspeção do Trabalho (SIT) acredita que o valor total que o Madero terá que arcar possa alcançar R$ 3,4 milhões.