ARAGUARI, MG — O Sport Club Corinthians Paulista enfrenta uma das fases mais delicadas de sua história recente. Em setembro de 2024, a diretoria alvinegra revelou, por meio de um relatório oficial divulgado durante o chamado “Dia da Transparência”, que a dívida total do clube alcançou impressionantes R$ 2,311 bilhões.
Com esse montante, o Corinthians passou a ocupar o topo do ranking de clubes mais endividados do futebol brasileiro, superando inclusive rivais que também enfrentam sérias dificuldades financeiras. O cenário expõe não apenas a gravidade da situação econômica corinthiana, mas também os impactos da má gestão administrativa ao longo dos anos, incluindo empréstimos de alto custo, gastos excessivos, falhas na negociação de atletas e um passivo crescente relacionado à .
A revelação alarmou torcedores, especialistas e o mercado esportivo, que agora observa com atenção os desdobramentos das medidas que a nova gestão promete adotar para evitar um colapso financeiro. Além de comprometer o orçamento de curto prazo, a dívida elevada coloca em risco a capacidade do clube de competir no alto nível esportivo, manter sua folha salarial e realizar investimentos estratégicos.
Entenda a dívida do Corinthians
A dívida do Corinthians é dividida em três principais categorias:
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Dívidas onerosas: R$ 924 milhões, incluindo obrigações com fornecedores, empréstimos, direitos de imagem e outras pendências financeiras;
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Parcelamentos tributários: R$ 676 milhões, referentes a débitos fiscais parcelados com o governo;
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Neo Química Arena: R$ 710 milhões relacionados à construção e financiamento do estádio.
Além disso, o clube enfrenta um passivo fiscal adicional de R$ 220 milhões, referente a gestões anteriores, que ainda será incorporado ao balanço financeiro. Um dos aspectos mais preocupantes é que 52,6% da dívida total, equivalente a R$ 1,215 bilhão, vence entre 2024 e 2026, período correspondente ao mandato do atual presidente, Augusto Melo. Somente em 2024, o clube terá que desembolsar R$ 357 milhões para honrar compromissos financeiros.
Para colocar em perspectiva, mesmo que o Corinthians mantenha o faturamento recorde de R$ 895 milhões alcançado em 2023, cerca de 40% dessa receita seria destinada apenas ao pagamento de dívidas, comprometendo investimentos em outras áreas do clube.
A situação financeira do Corinthians é alarmante e requer medidas urgentes e eficazes. A transparência nas ações da diretoria e o engajamento da torcida serão fundamentais para que o clube supere esse momento crítico e retome a estabilidade financeira.