O atraso no pagamento da fatura do cartão de crédito pode se transformar em uma verdadeira armadilha financeira. Os juros do cartão rotativo dispararam e atingiram a marca de 445% ao ano, conforme dados divulgados pelo Banco Central. Isso significa que quem deixa de pagar o valor total da fatura e entra no rotativo passa a enfrentar uma das taxas mais elevadas do mercado.
para 445% ao ano. (Imagem: Jeane de Oliveira/ FDR)
Mesmo após a implementação de limites legais para os juros do cartão rotativo, em vigor desde o ano passado, os números mostram que o custo de manter dívidas nessa modalidade continua subindo. Em março, a taxa teve alta de 2,5 pontos percentuais, impactando diretamente o orçamento das famílias que não conseguem quitar suas dívidas no prazo.
Como funciona o juros do cartão?
O crédito rotativo é acionado quando o consumidor paga apenas parte da fatura do cartão. O restante é financiado com juros por até 30 dias. Após esse prazo, o banco automaticamente parcela a dívida restante. O problema é que, mesmo no parcelamento, os juros continuam altos, atualmente em 181,1% ao ano.
Esse tipo de crédito é considerado emergencial e, portanto, extremamente caro. O ideal é evitá-lo sempre que possível, buscando alternativas como o uso de reservas financeiras, renegociação da dívida ou outras linhas de crédito mais acessíveis.
A especialista Lila Cunha, colaboradora do FDR, explica como limites de juros para cartão de crédito reduzem dívidas pela metade.
Outras modalidades também subiram
Além dos juros do rotativo, outras formas de crédito livre para pessoas físicas também registraram aumentos. A taxa média chegou a 56,4% ao ano, um avanço acumulado de 3 pontos percentuais nos últimos 12 meses. O cheque especial, apesar de ter caído em março, ainda tem uma taxa média de 134,2% ao ano.
Para as empresas, os juros do crédito livre também aumentaram, alcançando 24,6% ao ano. O destaque foi o cheque especial empresarial, que saltou para impressionantes 349,2% ao ano.