SALESóPOLIS, SP — A partir de amanhã (25) a Caixa Econômica efetua o pagamento da última parcela do Pé-de-Meia referente ao ano letivo de 2024. De uma única vez os jovens podem receber até R$ 1.200, por isso é muito importante saber como usar esse valor.
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(Foto: Jeane de Oliveira/FDR)
O Pé-de-Meia foi criado em 2024 para atender jovens de baixa renda, inscritos no Cadastro Único, que têm de 14 a 24 anos e estão no Ensino Médio. A ideia é diminuir a evasão escolar oferecendo auxílio financeiro.
Calendário Pé-de-Meia em fevereiro de 2025
Entre os dias 25 e 27 de fevereiro de 2025 vai ser liberado o valor para os jovens do Pé-de-Meia que participaram do ENEM 2024. E mais R$ 1.000 em parcela única para quem concluiu o 3º ano do Ensino Médio no ano passado.
Assim, o governo federal encerra o cronograma pagando todos os incentivos referentes ao período estudado em 2024. As datas de pagamentos desses dois incentivos é a mesma, sendo depositadas na poupança social do Caixa Tem.
- 25/2: nascidos em janeiro, fevereiro, março, abril, maio e junho;
- 26/2: nascidos em julho, agosto, setembro, outubro, novembro e dezembro.
Os estudantes que concluíram o 1º e o 2º ano receberão o incentivo de R$ 1.000 no dia 27 de fevereiro, independentemente da sua data de nascimento.
Alunos de escolas que ainda não terminaram o ano letivo de 2024 vão receber o incentivo quando tiverem as aprovações informadas pelas suas redes de ensino.
Como investir os R$ 1 mil pagos pelo Pé-de-Meia?
O educador financeiro João Victorino, administrador de empresas, professor de MBA do Ibmec e educador financeiro, formado em Administração de Empresas, deu cinco dicas inteligentes sobre como usar os R$ 1 mil recebidos pelo Pé-de-Meia no ano que vem.
Construir um fundo de emergência:
Independentemente da condição econômica, a vida costuma ser marcada por imprevistos. No caso de estudantes aptos a receber o pé de meia, imprevistos costumam ser falhas no transporte público, falta de recursos para alimentação ou emergências de saúde na família.
Ter um pequeno fundo de reserva ajuda a reduzir a insegurança do dia a dia, evitando endividamentos com juros altos e permitindo manter o foco nos estudos e no planejamento de carreira, sem a angústia constante da falta de recursos imediatos.
Investir em capacitação e estudos complementares:
Além de pensar em cursos técnicos e profissionalizantes, o valor pode ser empregado em custos associados a prestar o vestibular ou o Enem em cidades vizinhas (pagando transporte ou hospedagem), adquirir materiais didáticos.
Além de financiar a inscrição em cursinhos preparatórios ou workshops específicos. Mesmo um investimento modesto em um curso online de idiomas ou informática já pode fazer diferença no currículo, dando acesso a oportunidades antes inacessíveis.
Viabilizar a mobilidade e o acesso a oportunidades:
Um desafio para muitos jovens de baixa renda é a dificuldade de se deslocar para entrevistas de emprego, feiras estudantis ou eventos de recrutamento. Uma parte do dinheiro pode ser destinada a:
- cobrir gastos de transporte para comparecer a seleções de estágio;
- conseguir um emprego melhor ou mesmo buscar ajuda especializada (como se inscrever em um mutirão de vagas).
A mobilidade ampliada pode conectar o estudante a uma rede de contatos e oportunidades que antes não estavam ao seu alcance.
Aprender sobre educação financeira:
Investir uma pequena parcela do valor em cursos, oficinas ou materiais sobre educação financeira é uma decisão estratégica de longo prazo. Com:
- conhecimento básico sobre orçamento, planejamento de metas, uso consciente do crédito e investimentos simples (como uma conta poupança ou títulos do Tesouro Direto).
Dessa forma, o o jovem pode multiplicar o impacto do dinheiro recebido. Isso é ainda mais relevante no contexto socioeconômico, onde cada real pode ter um peso significativo.
Tecnologia e ferramentas de trabalho/estudo:
Em um mundo cada vez mais digital, melhorar o acesso a ferramentas tecnológicas pode ser fundamental. Investir em:
- um celular ou notebook básico, mas funcional;
- plano de internet mais estável.
Dessa forma, permitirá acompanhar cursos online, fazer pesquisas, participar de aulas remotas, elaborar currículos, enviar candidaturas e até empreender em pequenas iniciativas digitais.
Assim, o valor não é só gasto, mas se converte em um ativo que abre portas profissionais e educacionais.
Além disso, é importante reforçar que é preciso buscar conversar com os pais ou responsáveis para identificar também se a família tem alguma necessidade urgente que precise desse recurso, ou receber sugestões dos pais para o uso do recurso.
Nossa família é uma estrutura social que dá segurança e apoio e também pode contribuir no melhor uso desse recurso.
Pagamentos do Pé-de-Meia para 2025
Ainda não há data para o início de um novo ciclo de pagamentos do Pé-de-Meia, mas com o início das aulas marcado para fevereiro o primeiro lote deve ser depositado a partir de março.
A boa notícia é que o TCU (Tribunal de Contas da União) desbloqueou os R$ 6 bilhões que serão usados pelo governo para bancar esse benefício. O bloqueio foi feito porque o poder público não havia incluso os gastos do Pé-de-Meia no plano de orçamento.
Agora, foram dados 120 dias para incluir o programa dentro das regras gerais das despesas públicas. Em breve o calendário referente ao período estudado em 2025 deve ser publicado.
Ao longo deste ano serão pagos:
- Incentivo-Matrícula: no valor de R$ 200, pago por matrícula registrada no início do ano letivo, valor pago uma vez por ano;
- Incentivo-Frequência: no valor de R$ 200, pago por frequência mínima escolar de 80% do total de horas letivas, aferida pela média do período letivo transcorrido ou pela frequência mensal do estudante, valor pago em nove parcelas durante o ano;
- Incentivo-Enem: no valor de R$ 200 por participação comprovada no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), valor pago uma única vez ao estudante matriculado na 3ª série da etapa, cujos depósito e saque dependem da obtenção de certificado de conclusão do ensino médio; e
- Incentivo-Conclusão: no valor de R$ 1mil, pago por conclusão dos anos letivos do ensino médio com aprovação e participação em avaliações educacionais, cujos depósito e saque dependem da obtenção de certificado de conclusão do ensino médio.