Mudanças no vale-alimentação é motivo de discórdia entre setores alimentícios

O governo Lula estuda implementar mudanças no Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT), que inclui o vale-alimentação. A proposta, conduzida pelo Ministério da Fazenda, tem gerado debates entre setores envolvidos no benefício. Supermercados e empresas de benefícios apresentam visões opostas sobre a reforma.

Mudanças no vale-alimentação é motivo de discórdia entre setores alimentícios. Imagem: Jeane de Oliveira/FDR

Enquanto representantes do comércio apoiam a reestruturação do vale-alimentação, empresas do setor de benefícios manifestam preocupação. Para elas, a medida pode não resolver a inflação e ainda gerar impactos contrários aos objetivos do governo.

Principais mudanças no vale-alimentação

O governo avalia a regulamentação da portabilidade do vale-alimentação, permitindo que o trabalhador escolha em qual cartão deseja receber o benefício. A medida busca ampliar a concorrência no setor e proporcionar mais liberdade aos usuários. A expectativa é que essa mudança impacte o mercado de benefícios.

De acordo com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a portabilidade do vale-alimentação pode reduzir as taxas cobradas pelas operadoras. Enquanto supermercados defendem a criação do PAT eSocial, empresas de benefícios argumentam que a proposta não influenciará nos preços dos alimentos.

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Setores alimentícias se manifestam sobre mudanças no vale-alimentação 

A Associação Brasileira de Supermercados (Abras) sugeriu mudanças no PAT, incluindo uma nova forma de pagamento do vale-alimentação. A proposta prevê que o benefício seja depositado diretamente em uma conta da Caixa Econômica Federal. Com isso, o trabalhador teria mais autonomia para administrar os valores.

De acordo com a Abras, essa reformulação do vale-alimentação poderia resultar em uma economia de R$ 10 bilhões por ano. A medida eliminaria intermediários, reduzindo custos e tornando o processo mais eficiente para os beneficiários.

As empresas de benefícios questionam os impactos das mudanças no vale-alimentação e alertam para possíveis consequências no setor. A Associação Brasileira das Empresas de Benefícios ao Trabalhador (ABBT) acredita que a portabilidade pode incentivar operadoras a oferecer vantagens para atrair usuários. Isso, segundo a entidade, pode gerar novos custos no mercado.

A ABBT argumenta que os gastos operacionais dessas transações podem ser repassados aos estabelecimentos comerciais. Como consequência, o preço de produtos e serviços pode aumentar, afetando diretamente os consumidores que utilizam o vale-alimentação.