Fiscalização do PIX revolva classe média levando Governo a mudar o discurso sobre taxação

Na última semana, a fiscalização do PIX ganhou destaque nas redes sociais devido às novas regras da Receita Federal para monitoramento de transferências financeiras. As mudanças ampliam o controle sobre operações realizadas pelo sistema de pagamentos instantâneos do Banco Central, implementado em 2020.

Fiscalização do PIX revolva classe média levando Governo a mudar o discurso sobre taxação. Imagem: Jeane de Oliveira/FDR

As críticas se concentram na maior vigilância das transações via PIX, levantando preocupações sobre privacidade e transparência. O debate ocorre enquanto o governo Lula (PT) busca ajustar sua estratégia de comunicação com a sociedade.

Como será a fiscalização do PIX?

A fiscalização do PIX passará a exigir a declaração de transferências que somem, mensalmente, R$ 5 mil para pessoas físicas e R$ 15 mil para empresas. A medida tem gerado preocupação entre autônomos e trabalhadores informais, que temem cair na malha fina devido à alta informalidade no Brasil.

Embora a Receita Federal afirme que as regras de monitoramento permanecem as mesmas, apenas adaptadas ao novo sistema de pagamentos, a fiscalização do PIX tem sido vista como um cerco à classe média. O governo, por sua vez, argumenta que o foco está nos grandes sonegadores.

Em meio às críticas, o presidente Lula realizou mudanças estratégicas na Secretaria de Comunicação, substituindo o deputado Paulo Pimenta pelo marqueteiro Sidônio Palmeira. A troca busca aprimorar a comunicação diante do debate sobre o tema.

Indignação da classe média com a fiscalização do PIX

As novas regras para a fiscalização do PIX têm gerado críticas, especialmente entre a classe média, que movimenta os valores monitorados pela Receita Federal. A preocupação também se espalhou para as classes C, D e E, alimentada por desinformações que, em alguns casos, desestimulam o uso do sistema de pagamentos instantâneos.

Apesar das especulações, a fiscalização do PIX não implica na criação de taxas ou cobranças adicionais. A medida visa apenas ampliar o monitoramento de transações financeiras, sem alterar os custos para os usuários do sistema.

Entre as controvérsias, há quem acuse o governo de violar o sigilo bancário, mas a Receita Federal afirma que apenas os valores totais movimentados serão informados, sem detalhar os destinatários ou finalidades dos pagamentos.