Em um mundo dominado por smartphones e streaming, a paixão pela sonoridade clássica dos rádios antigos resiste. Rogério Zambotto e Eduardo Monteiro são dois exemplos de profissionais que dedicam suas vidas a manter viva essa tradição.
De acordo com matéria da Folha de S.Paulo, Zambotto, engenheiro eletrônico, e Monteiro, autodidata, compartilham a mesma paixão: consertar e restaurar rádios antigos. A memória de infância, com o pai consertando aparelhos eletrônicos, foi o gatilho para Zambotto. Já Monteiro, cresceu ouvindo rádio AM e se encantou com a tecnologia.
Profissão para poucos
Ambos concordam que o mercado de reparo de rádios antigos é cada vez mais restrito. A maioria das pessoas que dominavam essa técnica já se aposentou ou faleceu, não existindo assim tanta concorrência. Além disso, a falta de peças originais e a complexidade dos aparelhos valvulados tornam a restauração um trabalho minucioso e que exige conhecimento técnico.
Os clientes de Zambotto e Monteiro são, em sua maioria, colecionadores que buscam restaurar rádios antigos como forma de preservar a memória familiar.
Apesar de preservar a originalidade dos aparelhos, os reparadores buscam adaptar os rádios às novas tecnologias. A inclusão de entradas para Bluetooth permite conectar os rádios a smartphones e outros dispositivos, tornando-os mais acessíveis ao público jovem.
Apesar da paixão pelo trabalho, ambos os profissionais reconhecem as dificuldades do mercado. A falta de interesse das novas gerações pelos rádios antigos e a dificuldade em encontrar peças originais são desafios constantes.
A especialista Jamille Novaes, colaboradora do FDR, mostra as profissões que não exigem faculdade e têm vagas de emprego sobrando.
Paga muito
Cada restauração de aparelho tem um valor diferente, já que para cada um depende o que será necessário ser ajustado e de como está o rádio na parte interna. Assim, estima-se que para fazer ajustes em um aparelho antigo desses o valor cobrado é entre R$ 1.000 e R$ 6.000, podendo chegar a ser mais.