Um caso recente na Justiça do Trabalho tem gerado debates sobre os limites da fiscalização trabalhista e o uso de dados pessoais. Um funcionário que alegou ter trabalhado horas extras e entrou com uma ação judicial para receber o pagamento foi condenado por fraude após a empresa apresentar provas de que ele não estava no local de trabalho nos horários alegados.
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CONDENA funcionário. (Imagem: Jeane de Oliveira/ FDR)
De acordo com matéria da Folha de S.Paulo, a decisão judicial, baseada em dados de geolocalização do celular do trabalhador, serve como um alerta para os profissionais que buscam seus direitos trabalhistas e levanta questões importantes sobre a privacidade e o uso de dados pessoais em processos judiciais.
A especialista Lila Cunha, colaboradora do FDR, comenta mais sobre jornada de trabalho, confira.
Como a fraude foi descoberta?
A empresa, ao ser acionada na Justiça, apresentou dados de geolocalização do celular do funcionário como prova de que ele não estava trabalhando nos horários alegados. Essa informação foi obtida por meio de uma solicitação judicial às operadoras de telefonia.
A comparação entre os dados de localização e os registros de ponto do funcionário evidenciou a discrepância entre as informações, comprovando a falsidade das alegações do trabalhador.
Quais as consequências da fraude?
A Justiça considerou que o funcionário agiu de má-fé ao mentir sobre as horas trabalhadas e o condenou a pagar uma multa significativa. Além disso, o caso foi encaminhado para as polícias Civil e Federal, para apuração de possíveis crimes como calúnia, denunciação caluniosa, falsidade ideológica e estelionato.
Impacto da decisão e debates sobre privacidade
A decisão judicial gerou debates sobre diversos aspectos:
- Uso de dados pessoais: a utilização de dados de geolocalização para fins judiciais levanta questões sobre a privacidade e a proteção de dados pessoais;
- Fiscalização trabalhista: o caso demonstra como a tecnologia pode ser utilizada como ferramenta para fiscalizar e coibir fraudes trabalhistas;
- Consequências para os trabalhadores: a condenação do trabalhador serve como um alerta para aqueles que tentam obter vantagens indevidas na Justiça do Trabalho;
- Responsabilidade das empresas: as empresas também precisam ser transparentes e apresentar provas concretas para comprovar suas alegações.