INSS em crise? 5 milhões de segurados acionam a justiça contra o órgão

Um recente levantamento do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) mostrou que há mais de 5 milhões de processos pendentes na Justiça contra o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social). Os dados foram considerados até 31 de outubro desse ano. 

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INSS em crise? 5 milhões de segurados acionam a justiça contra o órgão
(Foto: Jeane de Oliveira/FDR)

Os dados trazidos pelo CNJ mostram que apenas neste ano o instituto foi o responsável pela geração de 2,7 milhões de novos processos. Quando isso acontece há custos altos para o INSS e consequentemente para o poder público. 

Isso porque, o cidadão entra com uma ação contra o INSS normalmente pede por um valor indenizatório. Se ele conseguir comprovar que de fato tem direito ao benefício, a Justiça pode obrigar o instituto a arcar com essa quantia.

São centenas de vítimas de moto no trânsito, pessoas acidentadas e inválidas no trabalho, desemprego e outras questões. Esses problemas sociais deságuam na nossa Seguridade Social, que inclui o INSS“, afirma o advogado especialista em Previdência Social, Rômulo Saraiva para o jornal O Tempo.

Quando é possível entrar com uma ação contra o INSS?

Existem várias situações em que o trabalhador é orientado a entrar com uma ação judicial contra o INSS. O primeiro passo quando a sua situação não é resolvida é enviar um requerimento administrativo para avaliação do Conselho do próprio Instituto. 

Se o pedido não for atendido ou resolvido, o passo seguinte é pedir ajuda para a Justiça Federal, Estadual e em alguns casos para Justiça do Trabalho. 

São situações como:

  • O valor do benefício foi calculado de forma errada;
  • O prazo de espera pela resposta do benefício superior o período legal;
  • O INSS negou um benefício que de fato o trabalhador teria direito. 

INSS diz que está trabalhando para diminuir os casos

Em resposta aos dados do CNJ, o INSS informou que tem trabalhado para que as ações judiciais contra os seus serviços tenham queda. E citou algumas dessas medidas, como:

  • Uso do Atestmed, a fim de que os trabalhadores que solicitam o auxílio-doença não esperem mais de 45 dias para receber;
  • Contratação de 1.276 novos servidores com a expectativa de mais 300 aprovados no último concurso. 

Para minimizar os números, o instituto também afirmou que:

Importante informar que o INSS indefere aproximadamente 50% dos requerimentos. Portanto, é natural, diante de um quadro de assédio de intermediários, que os beneficiários busquem o Judiciário para tentar reverter a decisão, inclusive nos casos onde não faz jus ao benefício“, afirma o INSS em nota.

Lila CunhaLila Cunha
Formada em jornalismo pela Universidade de Mogi das Cruzes (UMC) desde 2018. Já atuou em jornal impresso. Trabalha com apuração de hard news desde 2019, cobrindo o universo econômico em escala nacional. Especialista na produção de matérias sobre direitos e benefícios sociais. Suas redes sociais são: @liilacunhaa, e-mail: lilacunha.fdr@gmail.com