Trabalhadores comemoram liberação de R$ 300 bilhões em crédito consignado pelo FGTS

O governo federal planeja criar um novo tipo de crédito consignado, dessa vez usando o FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço). A expectativa é de que até R$ 300 bilhões em operações de crédito sejam movimentados, mais que o dobro do saque-aniversário. 

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Trabalhadores comemoram liberação de R$ 300 bilhões em crédito consignado pelo FGTS
(Foto: Jeane de Oliveira/FDR)

A ideia do governo federal é substituir o atual saque-aniversário, opção que libera até 50% do saldo do FGTS uma vez por ano. Quem opta por essa modalidade pode resgatar uma parte do seu Fundo de Garantia, mas precisa abrir mão do saque-rescisão. 

Pelo sistema regular a Caixa libera uma parcela do saque-aniversário por ano. Mas, quem quiser pode antecipar as liberações pelo empréstimo, adiantando até 12 anos de recebimento. Em contra partida, o banco bloqueia o saldo para pagamento. 

Ao colocar fim nessa opção, o interesse do poder público é conseguir lançar um novo empréstimo consignado, usando os recursos do FGTS, mas de um jeito diferente. 

Novo empréstimo consignado do FGTS

A Febraban (Federação Brasileira dos Bancos) é contra o fim do saque-aniversárioe justifica que essa modalidade oferece um tipo de crédito com juros muito mais baratos do que os convencionais. 

As projeções inicias indicam que essa nova opção dará até R$ 300 bilhões em operações de crédito. Se a quantia for confirmada, significará mais que o dobro das movimentações por antecipação do saque-aniversário. 

Não foram oficializados os detalhes de como esse tipo de consignado vai funcionar. Mas existem duas ideias que foram levantadas pela imprensa:

  1. Usar uma parte do depósito mensal do empregador na conta do FGTS como forma de pagamento do empréstimo;
  2. Usar uma parte do saque-rescisão para pagamento do empréstimo. 

Por que o governo quer acabar com o saque-aniversário?

O Ministério do Trabalho pontua vários motivos pelos quais acredita que liberar o FGTS uma vez por ano ao trabalhador seja ruim.

A criação de um projeto de lei que possa colocar fim a essa opção foi sugerida pelo ministro da Pasta, Luiz Marinho, porque:

  • O saldo disponível no Fundo de Garantia para investimento público em habitação (financiamentos), infraestrutura e outros, tem diminuído cerca de R$ 100 bilhões por ano;
  • Ao ser demitido sem justa causa o trabalhador perde o direito de receber a rescisão;
  • Em quatro anos, R$ 5 bilhões deixaram de ser sacados por mais de 9 milhões de pessoas que foram demitidas sem justa causa e perderam o acesso ao saque-rescisão;
  • Caso queira sacar a rescisão é necessário aguardar carência de dois anos. 

Lila CunhaLila Cunha
Formada em jornalismo pela Universidade de Mogi das Cruzes (UMC) desde 2018. Já atuou em jornal impresso. Trabalha com apuração de hard news desde 2019, cobrindo o universo econômico em escala nacional. Especialista na produção de matérias sobre direitos e benefícios sociais. Suas redes sociais são: @liilacunhaa, e-mail: lilacunha.fdr@gmail.com