Novembro com chuvas fortes pode gerar alta nos preços do supermercado

SALESóPOLIS, SP — Depois de um longo período de seca, as fortes chuvas chegaram ao Brasil. Os consumidores devem estar preparados para encontrar efeitos da mudança de clima nas prateleiras dos supermercados. O tempo chuvoso influencia, principalmente, nas hortaliças e frutas. 

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Novembro com chuvas fortes pode gerar alta nos preços do supermercado
(Foto: FDR)

Em dezembro do ano passado, os preços dos alimentos e bebidas subiram 0,56%, segundo o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo). Neste ano, o setor de hortifruti, que incluí hortaliças, legumes, verduras e frutas, também deve contar com reajuste de valores.

O motivo é que as fortes chuvas que tem atingido os estados do Sudeste e Sul, acabam influenciando nas lavouras. Quando há alagamento a plantação é praticamente perdida, e por isso a oferta de produtos se torna mais escassa

Com menos produtos disponíveis para venda, o que há nas prateleiras acaba ficando mais caro. O mesmo acontece com o tempo mais seco, onde a produção necessita de irrigação mecânica, e as verduras podem ficar queimadas, sem possibilidade de serem vendidas. 

Ou seja, tempo muito chuvoso ou muito seco não é interessante para as produções de alimentos. O ideal é um clima ameno, com chuva pouca intensa, e que não interfira no crescimento ou qualidade dos produtos. 

No verão os preços sobem muito devido aos efeitos sazonais e pelo clima mais hostil: chove muito e o sol é mais intenso. Com isso, a produtividade dos alimentos in natura cai muito e os preços sobem bastante. E este ano a alteração climática veio mais forte pelo El Niño, que intensifica o calor da estação e traz o volume de chuvas acima do normal”, afirmou André Braz, economista e coordenador do IPC do FGV- Ibre ao UOL.

Aumento do valor da cesta básica 

Um estudo feito pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) mostrou que em setembro o valor da cesta básica aumentou em 10 de 17 capitais brasileiras. 

Os aumentos mais significativos foram nas capitais Porto Alegre (2,07%), Florianópolis (1,59%), Rio de Janeiro (1,56%), Vitória (1,56%) e Brasília (1,39%). Enquanto o maior preço da cesta básica foi encontrado em São Paulo, por R$ 792,47. 

Comparando setembro de 2023 e setembro de 2024, o custo dos alimentos aumentou em 11 cidades, com maior relevância em São Paulo (7,85%), Goiânia (6,65%), Campo Grande (5,76%) e Rio de Janeiro (5,19%).

Lila CunhaLila Cunha
Formada em jornalismo pela Universidade de Mogi das Cruzes (UMC) desde 2018. Já atuou em jornal impresso. Trabalha com apuração de hard news desde 2019, cobrindo o universo econômico em escala nacional. Especialista na produção de matérias sobre direitos e benefícios sociais. Suas redes sociais são: @liilacunhaa, e-mail: lilacunha.fdr@gmail.com