Professores podem ANTECIPAR suas aposentadorias; saiba como

As aposentadorias dos professores, tanto na rede pública quanto na privada, apresentam características mais vantajosas em relação a outras profissões. Essa diferença se justifica pelo reconhecimento das demandas físicas e emocionais envolvidas no ato de educar. 

Professores podem ANTECIPAR suas aposentadorias; saiba como. Imagem: Jeane de Oliveira/FDR

Contudo, a Reforma da Previdência, que entrou em vigor em novembro de 2019, trouxe alterações significativas a esses benefícios. As novas diretrizes estabeleceram requisitos mais rigorosos para as aposentadorias dos professores, mas, em muitos aspectos, ainda se mostram favoráveis aos educadores. 

Aposentadorias dos professores antes da Reforma da Previdência 

As aposentadorias dos professores antes da Reforma da Previdência eram regidas por regras mais flexíveis. Para os educadores da rede privada, bastava completar 25 anos de contribuição para mulheres e 30 anos para homens, sem a exigência de idade mínima. Já os professores da rede pública federal precisavam atingir 60 anos de idade, somar 25 anos de contribuição, 20 anos de serviço público e pelo menos 5 anos no cargo.

Essas normas mais simples permitiam uma aposentadoria relativamente rápida, especialmente para aqueles que não tinham que cumprir um requisito de idade mínima. Esse arranjo refletia um reconhecimento da dificuldade da profissão docente, enfatizando a importância de um descanso mais antecipado para esses profissionais.

Aposentadorias dos professores após a Reforma da Previdência 

As aposentadorias dos professores sofreram mudanças significativas com a Reforma da Previdência. Uma das alterações mais impactantes foi a implementação da idade mínima para a aposentadoria, que não existia nas regras anteriores. Desde a reforma, os educadores da rede pública passaram a ter que cumprir requisitos de idade, começando com 53 anos e 6 meses para mulheres e 58 anos e 6 meses para homens, a partir de 2024.

Esses limites de idade estão programados para aumentar progressivamente ao longo dos próximos anos, exigindo um planejamento cuidadoso por parte dos profissionais da educação. Essa nova abordagem visa equilibrar as demandas do sistema previdenciário, mas também levanta questões sobre a adequação das condições de trabalho para os professores.

Como conquistar o direito às aposentadorias dos professores?

A aposentadoria para o professor que cumpriu os requisitos até 13 de novembro de 2019 segue as regras anteriores à Reforma da Previdência, garantindo o direito adquirido. Essa modalidade permite que os docentes acessem o benefício conforme os critérios vigentes na época.

Para a aposentadoria para o professor, são exigidos 25 anos de contribuição para mulheres e 30 anos para homens, com tempo exclusivamente dedicado ao magistério na Educação Básica, que inclui educação infantil, ensino fundamental e médio. Além disso, é necessário cumprir uma carência mínima de 180 meses de atividade efetiva para ter direito à aposentadoria nessa modalidade.

Regras de transição das aposentadorias dos professores

Pontuação Mínima

  • Mulheres: 25 anos de contribuição e 81 pontos (idade + contribuição);

  • Homens: 30 anos de contribuição e 91 pontos;

Idade Mínima

  • Mulheres: 25 anos de contribuição e 51 anos de idade;

  • Homens: 30 anos de contribuição e 56 anos de idade;

Pedágio de 100% + Idade Mínima

  • Mulheres: 25 anos de contribuição, 52 anos de idade, pedágio de 100%;

  • Homens: 30 anos de contribuição, 55 anos de idade, pedágio de 100%;

Cálculo das aposentadorias dos professores

As aposentadorias dos professores passaram por uma mudança significativa no cálculo de seus benefícios após a reforma. Agora, a média salarial de todas as contribuições realizadas desde julho de 1994 é utilizada como base, garantindo 60% dessa média, com um adicional de 2% para cada ano que exceder os 20 anos de contribuição.

Para facilitar essa transição, a nova regra oferece diferentes opções baseadas em um sistema de pontos que leva em conta tanto a idade quanto o tempo de contribuição, além de estabelecer uma idade mínima. Essa abordagem visa minimizar o impacto da reforma, permitindo que os educadores se ajustem gradualmente às novas exigências.

Unificação dos períodos de trabalho em diferentes regimes previdenciários 

As aposentadorias dos professores que contribuíram em diferentes regimes, como o Regime Geral de Previdência Social (RGPS) e os Regimes Próprios de Previdência Social (RPPS), oferecem a possibilidade de somar os períodos de trabalho. Essa integração é essencial para garantir o acesso a benefícios mais robustos.

Para isso, é necessário solicitar uma Certidão de Tempo de Contribuição (CTC) no regime onde o tempo foi acumulado e apresentá-la ao regime onde se deseja solicitar a aposentadoria. Com essa documentação, o cálculo do benefício será ajustado conforme as regras do regime escolhido.

Compreender essa possibilidade é fundamental para otimizar o tempo de contribuição e aumentar os valores das aposentadorias. É aconselhável que os professores busquem orientação com advogados especializados em direito previdenciário para navegar por esse processo de forma eficaz.

Laura AlvarengaLaura Alvarenga
Laura Alvarenga é graduada em Jornalismo pelo Centro Universitário do Triângulo em Uberlândia - MG. Iniciou a carreira na área de assessoria de comunicação, passou alguns anos trabalhando em pequenos jornais impressos locais e agora se empenha na carreira do jornalismo online através do portal FDR, onde pesquisa e produz conteúdo sobre economia, direitos sociais e finanças.