Criminosos estão com uma nova tática para fazer vítimas em qualquer região do país. No golpe do PIX errado os criminosos alegam uma transferência por engano e solicitam a devolução do valor. Com isso o cidadão acaba perdendo o dinheiro só percebe depois quando já é tarde. Veja como se proteger e o que fazer se cair nessa armadilha.
A popularidade do PIX só aumenta, o que por sinal surpreendeu até o Banco Central, que imaginava que ele atingiria um patamar de estagnação. Acabou acontecendo exatamente o oposto, mais pessoas vêm usando essa forma de pagamento instantânea. A popularidade é tanta que os criminosos estão se aproveitando e aplicando o chamado golpe do PIX errado.
Como acontece o golpe do PIX errado?
Imagine a situação, do nada você recebe um PIX inesperado na sua conta, esse é o primeiro passo do golpe. Como muita gente utiliza o número do celular como chave PIX, não é tão difícil conseguir uma potencial vítima.
Em seguida a pessoa que fez a transferência entra em contato com a vítima solicitando a devolução. Esse contato pode acontecer por ligação ou mensagem via WhatsApp. Nesse contato, o criminoso tenta convencer a vítima de que fez a transação errada.
A intenção é fazer com que a pessoa “reenvie” o valor recebido, ai está o golpe em si. Isso porque a devolução aconteceria em outra conta, não a mesma que enviou o valor.
Pela intuição a pessoa vai até a sua conta fazer a checagem e para a sua surpresa o valor realmente está lá. Na honestidade a vítima faz a devolução e pronto, acabou de cair em um golpe.
Estorno do PIX
Nesse golpe os criminosos acabam se utilizando de um mecanismo criado pelo Banco Central para trazer mais segurança às operações, o Mecanismo Especial de Devolução (Med).
O MED funciona da seguinte forma: quando um PIX errado é feito o cidadão pode pedir o estorno. O valor é devolvido se ele ainda estiver disponível na conta de quem o recebeu, nesse caso, na conta da vítima.
Esse mecanismo garante a devolução do dinheiro enviado errado, justamente o que os criminosos alegam.
Após o pedido o banco faz a análise, quando percebe que houve uma espécie de triangulação, com o depósito feito em uma conta e enviado para outra distinta, indícios de um golpe. Para o banco o golpe teria sido praticado por quem recebeu o valor, com isso a vítima tem o valor retirado da sua própria conta.
Para entender melhor: Uma pessoa recebe R$ 600 enviados pelo criminoso de uma conta de número X, ela acaba enviando esse mesmo valor para uma outra conta de número Y, diferente da que fez o primeiro depósito. O banco percebe a ação e acaba retirando R$ 600 da conta da vítima e enviando para a primeira conta de número X. No final, a vítima acabou perdendo R$ 600.
Como evitar o golpe do PIX errado?
A orientação principal é não devolver o dinheiro para contas terceiras. Aliado a isso, os bancos disponibilizam o botão “devolver”, que deve ser usado nessas situações. Basta acessar a transação recebida pelo extrato do banco e solicitar a devolução do valor.
Essa ferramenta é diferente do método usado no golpe porque não é realizada uma nova transação. O próprio banco ficaria responsável por reenviar o valor para quem o enviou “por engano”.
Com isso o golpe, no padrão citado acima, acaba não dando certo, pois, não seria possível que os criminosos utilizassem o MED.
A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) já solicitou que o Banco Central faça melhorias no Med que acabou resultando no bloqueio da conta que gerou a fraude.
A especialista do FDR, Lila Cunha, alerta sobre um novo golpe que vem sendo aplicado usando o próprio FDR; veja como se proteger.