Novo Ensino Médio afeta pagamentos do pé-de-meia para estudantes? Veja o que diz o governo

A lei que estabelece o Novo Ensino Médio foi aprovada pela Câmara dos Deputados na última terça-feira, 9, e agora aguarda sanção presidencial, marcando uma reforma significativa na educação brasileira. Mas afinal, será que esta mudança afeta os pagamentos do pé-de-meia?

Novo Ensino Médio afeta pagamentos do pé-de-meia para estudantes? Veja o que diz o governo. Imagem: FDR

O Novo Ensino Médio prevê uma carga horária mínima de 2,4 mil horas para os três anos do ensino regular, com a adição de 600 horas em disciplinas optativas, totalizando 3 mil horas. Além disso, para os estudantes interessados em cursos técnicos, haverá a opção de dedicar de 600 a 1,2 mil horas às aulas técnicas, completando também 3 mil horas de formação. 

Essas mudanças visam oferecer uma educação mais flexível e alinhada às necessidades dos alunos para o mercado de trabalho e para o ensino superior. O Novo Ensino Médio passou por uma jornada legislativa que culminou na sua aprovação final após ajustes no Senado, exigindo uma nova avaliação na Câmara dos Deputados.

Proposto durante o governo de Lula, o Novo Ensino Médio surgiu como resposta a críticas sobre a carga horária das disciplinas tradicionais e a introdução de matérias optativas conforme o interesse do estudante.

Contudo, questões como a infraestrutura precária em algumas escolas, a falta de qualificação dos professores e a redução do espaço para disciplinas convencionais levantaram preocupações sobre a potencial ampliação das disparidades de acesso ao ensino superior entre estudantes da rede pública e privada.

O relator enfatizou que a oferta do idioma espanhol será adicional, priorizando a viabilidade das redes de ensino para implementá-lo de forma preferencial. Continue acompanhando para entender detalhes desta proposta, enquanto neste artigo, eu te explico todo o funcionamento do pé-de-meia. Confira!

O que muda no Novo Ensino Médio?

Carga horária reajustada

Atualmente:

  • 1.800 horas para disciplinas obrigatórias (previstas na Base Nacional Comum Curricular – BNCC).

  • 1.200 horas para disciplinas optativas (itinerários formativos escolhidos pelo aluno ou curso técnico).

Como fica:

  • 2.400 horas para disciplinas obrigatórias.

  • 600 horas para disciplinas optativas.

Disciplinas obrigatórias

Atualmente: 

  • Apenas português e matemática são obrigatórias em todos os anos do ensino médio, além de educação física, arte, sociologia e filosofia.

Como fica:

  • Disciplinas obrigatórias em todos os anos: português, inglês, artes, educação física, matemática, ciências da natureza (biologia, física, química) e ciências humanas (filosofia, geografia, história, sociologia).

  • Espanhol será facultativo.

Itinerários formativos 

No âmbito do Novo Ensino Médio, os itinerários formativos surgem como oportunidade para os estudantes explorarem áreas específicas de interesse, além das disciplinas obrigatórias.

Esses itinerários podem se concentrar em diversas áreas do conhecimento, como ciências da natureza, ciências humanas, linguagens e matemática, ou ainda oferecer formação técnica e profissional, ampliando as opções educacionais disponíveis aos jovens.

Atualmente:

  • As redes de ensino definem a quantidade e o tipo de itinerários formativos ofertados.

Como fica:

  • Cada escola deve ofertar no mínimo dois itinerários (exceto aquelas que oferecem ensino técnico).

Ensino técnico

Atualmente:

  • 1.800 horas de disciplinas obrigatórias e 1.200 horas para o ensino técnico.

Como fica:

  • 2.100 horas de disciplinas obrigatórias, com 300 horas podendo ser destinadas a conteúdos da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) relacionados à formação técnica.

  • Até 1.200 horas para o curso técnico.

Ensino à distância 

Atualmente:

  • A legislação permite atividades online e convênios com instituições de educação à distância.

Como fica:

  • A carga horária da formação geral básica deve ser oferecida presencialmente, com ensino mediado por tecnologia permitido em casos excepcionais.

Laura AlvarengaLaura Alvarenga
Laura Alvarenga é graduada em Jornalismo pelo Centro Universitário do Triângulo em Uberlândia - MG. Iniciou a carreira na área de assessoria de comunicação, passou alguns anos trabalhando em pequenos jornais impressos locais e agora se empenha na carreira do jornalismo online através do portal FDR, onde pesquisa e produz conteúdo sobre economia, direitos sociais e finanças.