O MEI (Micro Empreendedor Individual) que está em busca de um crédito no mercado pode contar com ações do governo federal. O próprio poder público proporciona programas que são voltados justamente ao pequeno negócio, e que têm como objetivo formentar a economia.
Nem todo MEI consegue empréstimo de forma fácil. Para ser um micro empreendedor é preciso ter faturamento anual limitado a R$ 81 mil, ou R$ 6.750 por mês. Por isso, muitos bancos diminuem o valor que pode ser emprestado, ou sequer autorizam que o crédito seja liberado.
Pensando em facilitar o acesso para os pequenos empreendedores, o governo federal tem ações que são próprias e que oferecem condições especiais. Com o empréstimo em mãos é possível investir no seu pequeno negócio, comprando mais matéria prima, melhorando o espaço de trabalho, quitando dívidas.
Seja como for, receber a chance de contratar crédito como MEI é uma forma de melhorar o seu empreendimento. Mas lembre-se que o empréstimo também se torna uma dívida, e para conseguir quitar sem dor de cabeça é preciso planejamento. Manter o seu CNPJ ativo e sem negativações é uma maneira de aumentar sua credibilidade no mercado.
1. Pronampe
O principal crédito oferecido pelo governo federal para as empresas é o PRONAMPE (Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte).
Criado durante a pandemia de Covid-19 o programa é voltado a atender justamente os pequenos negócios, cujo faturamento não extrapole R$ 300 milhões em receita anual.
- Valor liberado: até R$ 300 mil;
- Forma de pagamento: em até 48 meses, com possibilidade de carência de 11 meses;
- Cobrança de juros: 6% ao ano acrescido da taxa Selic.
Eu trouxe informações mais detalhadas sobre o Pronampe para o MEI que estão disponíveis nesta matéria.
2. BNDES Microcrédito
Oferecida pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Nacional (BNDES) essa linha é voltada aos microempreendedores formais ou informais.
Isso significa que até mesmo quem não pertence a nenhum regime do Simples Nacional, não paga imposto como empresa ou emite nota fiscal, mas trabalha como autônomo, pode conseguir o empréstimo para investir no seu negócio.
- Valor liberado: até R$ 21 mil;
- Forma de pagamento: as parcelas devem ser negociadas pelo cliente diretamente com o agente operador;
- Cobrança de juros: não pode passar de 4% ao mês, considerando-se já todos os encargos.
3. FAMPE – Sebrae
O Fundo de Aval para as Micro e Pequenas Empresas (FAMPE) do Sebrae não é exatamente um empréstimo. O seu objetivo, no entanto, é funcionar como uma garantia ao MEI para que ele consiga contratar crédito em um banco específico.
Isso significa que ele é usado quando o empreendedor não possuí renda suficiente, ou outras formas de garantia para comprovar para a instituição financeira que vai conseguir pagar pelo dinheiro empestado.
Os recursos que veem do FAMPE são usados como garantia complementar no crédito que será contratado no banco. O pedido pela parceria deve ser feito diretamente pelo site do Sebrae, e vai depender de análise.
4. Empréstimo pessoa jurídica
Neste caso, o MEI precisa criar uma conta jurídica em um banco. É importante que essa conta seja movimentada sempre. Para isso, se organize para receber todos os valores pagos pelos seus clientes nesta conta, assim conseguirá aumentar e fortalecer a sua relação com o banco.
Conforme o seu faturamento, a própria instituição vai oferecer uma linha de crédito para sua empresa. O limite, taxa de juros e formas de pagamento dependem do banco onde fará a contratação.
5. Cartão de crédito para Pessoa Jurídica
Embora não seja um empréstimo, o cartão de crédito PJ pode ser considerado como crédito financeiro. Com ele, o empresário consegue comprar mercadoria, matéria prima, e até mesmo pagar alguma pendência com parcelamento. Além disso, joga a fatura para o próximo mês e ganha tempo para liquidar.
Bônus: novo programa de crédito para microempresários
Os ministérios da Fazenda, do Empreendedorismo e Microempresa, do Desenvolvimento Social junto com a Casa Civil, preparam um pacote de medidas que vai criar uma nova modalidade de empréstimo para microempresários.
De acordo com membros do governo, a ideia é permitir que os inscritos no Bolsa Família se beneficiem, ao formalizarem o seu pequeno negócio ou a sua prestação de serviço.
Os integrantes do Executivo afirmam que quase 44% dos beneficiários do Bolsa que recebem acima de R$ 800 empreendem em algum negócio, como fabricação e venda de comida caseira ou peças de vestuários feitas a mão.
Não foram dados detalhes sobre o limite do crédito, ou a forma como será solicitado. Mas a ideia é que os inscritos no programa sejam acompanhados para que saiam gradativamente do Bolsa Família ao conseguirem sua independência financeira.