A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), mostrou que o ano de 2023 trouxe bons resultados em relação ao endividamento das famílias. Pela primeira vez, em quatro anos, o índice de famílias endividadas foi reduzida. No entanto, a inadimplência continua crescendo e batendo recorde.
A pesquisa foi realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Embora os dados em relação ao endividamento tenham sido otimistas, o fato da inadimplência ter aumento em nível recorde indica, segundo a CNC, que os consumidores terão grandes desafios em 2024.
Queda do endividamento das famílias
Segundo a apuração feita em 2023, a queda no percentual de endividamento das famílias foi o melhor em quatro anos. Para o presidente da CNC, José Roberto Tadros, um dos fatores que explicam essa queda é a melhora do mercado de trabalho no último ano.
A teoria é simples. Com mais empregos, mais pessoas aumentam sua renda e poder de compra, e assim sobra mais orçamento na família para que consigam quitar os débitos que estão pendentes.
O resultado da pesquisa mostrou que:
- Endividamento das famílias ficou em 77,8% da média anual;
- 0,1 ponto percentual abaixo da média de 2022 que foi de 77,9%;
- O corte significa que em 2023 foram menos 108 mil famílias endividadas, se comparado a 2022.
Inadimplência bate recorde
Por outro lado, embora o endividamento das famílias tenha caído e sido comemorado, o nível de inadimplência no país bateu recorde em 2023. A maior parte dos inadimplentes, 46,2%, está com mais de três meses de atraso, 3,2 pontos percentuais acima do ano passado.
A pesquisa trouxe resultados como:
- A inadimplência aumentou em todas as faixas de renda, de quem ganha até três salários mínimo a quem ganha acima de dez;
- O número de inadimplentes chegou a 29,5% dos brasileiros em 2023, o maior desde 2010;
- Deste total, 41,2% afirmam não ter condições de pagar as dívidas atrasadas, sendo 4 pontos percentuais a mais que em 2022.