- Desenrola Brasil começou em julho deste ano;
- Por enquanto somente consumidores da faixa 2 podem fazer os acordos;
- As negociações da faixa 1 devem começar até o fim deste mês.
Desde julho os brasileiros que estão com dívidas podem negociar com condições especiais por meio do programa Desenrola Brasil. O projeto foi prometido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) desde a campanha eleitoral, e desde o início do seu funcionamento já limpou o nome de 10 milhões de pessoas.
O Desenrola Brasil foi idealizado pelo Ministério da Fazenda, comandado por Fernando Haddad. Seu objetivo sempre foi o de oferecer condições exclusivas para negociação de dívidas. O governo então separou o público alvo do programa em dois grupos, de faixa 1 e faixa 2.
Desde 17 de julho os que compõem a faixa 2 podem negociar seus débitos feitos exclusivamente com bancos, desde que possuem renda mensal de até R$ 20 mil. E ainda, que esses débitos tenham restringido o CPF do consumidor entre 2019 até 31 de dezembro de 2022. Os principais bancos do país aderiram ao programa.
Inicialmente os bancos participariam de um tipo de inscrição e leilão em que concorreriam entre as melhores ofertas. Mas essa ideia não vingou e foi opcional a participação das instituições no Desenrola Brasil com a vantagem de que receberiam descontos em tributos, pagando menos impostos.
Também para a faixa 2 foi oferecido o fim da restrição para dívidas bancárias de até R$ 100. Isso significa que a dívida continua existindo, mas não teria poder de “sujar” o nome do cidadão nos órgãos de proteção ao crédito.
Quais as vantagens do Desenrola Brasil?
Segundo o Mapa da Inadimplência feito pela Serasa, em agosto haviam 262,8 milhões de dívidas acumuladas dos inadimplentes no país. Quando o Desenrola Brasil começou, em julho, eram pouco mais de 70 milhões de pessoas em situação de inadimplência.
Quando se tem dívidas com restrição no CPF o cidadão é impedido de conseguir crédito no mercado, contratar produtos bancários, e até mesmo de alugar imóveis em seu nome. Diante de tudo isso, o grande objetivo do Desenrola é de oferecer condições para negociação e limpar o nome da população.
Os benefícios de aderir as ofertas do Desenrola Brasil são:
- Descontos de mais de 90% em dívidas caso sejam pagas à vista;
- Parcelamento com menos juros e multas;
- Fim da restrição no CPF em prazo de 2 dias úteis;
- Acordo direto com o banco, com negociação online.
Quem pode negociar as dívidas no Desenrola Brasil?
São dois grupos foco das negociações do Desenrola Brasil, o primeiro que é da faixa 2 já deu início aos acordos. Enquanto isso, a faixa 1 deve começar a negociação até o fim deste mês, sem uma data exata por enquanto.
As empresas interessadas em fazer os acordos para a faixa 1 têm até terça-feira (12) para se credenciar no portal do governo. Vale a inscrição para companhias de energia elétrica, companhia de luz, telefone, varejistas, e outros. Eles participarão de uma espécie de leilão em que serão selecionadas as melhores ofertas.
A partir disso, poderão firmar os acordos os seguintes perfis de consumidores:
- Faixa 1:
- quem tem renda de até R$ 2.640, ou está inscrito no Cadastro Único;
- adquiriu dívidas de até R$ 5 mil;
- valem as negociações para os débitos que restringiram o CPF do cidadão até dezembro de 2022.
- Faixa 2:
- quem tem renda acima de R$ 2.640 até R$ 20 mil;
- apenas dívidas em bancos;
- valem as negociações para os débitos que restringiram o CPF do cidadão até dezembro de 2022.
Como fazer os acordos no Desenrola Brasil?
Os acordos no Desenrola Brasil também são diferentes dependendo de qual faixa o consumidor se encaixa. Todas as negociações com os descontos poderão ser firmadas até 31 de dezembro deste ano, após esse prazo a dívida volta para seu valor original com todas as multas e somando os juros.
- Faixa 1:
- o governo está criando e deve disponibilizar até o fim de setembro uma plataforma exclusiva do Desenrola Brasil, em que ao informar o seu CPF ficarão disponíveis todos os acordos nas empresas parceiras.
- Faixa 2:
- negociação diretamente com o banco por meio dos canais: agências, correspondentes, WhatsApp, e-mail, ligação ou no aplicativo em ferramentas como “Negocie”.
Na faixa 1 a dívida do consumidor será repassada aos bancos, quando o cidadão concordar em negociar o valor será quitado automaticamente com o credor. Mas, ele poderá pagar em 60 parcelas e com juros de 1,99% ao mês, como um empréstimo.