Titular com Bolsa Família suspenso pode receber parcelas retroativas no calendário de setembro

Pontos-chave
  • O beneficiário pode ficar no máximo até 24 meses sem atualizar essas informações;
  • O cancelamento do Bolsa Família representa uma das medidas mais drásticas que o programa pode adotar;
  • A nova regra de permanência, que corta o Bolsa Família pela metade, está condicionada à redução do valor do benefício.

O mês de setembro trouxe surpresas desagradáveis para alguns beneficiários do Bolsa Família, que se depararam com o cancelamento de seus benefícios. Essa situação tem gerado apreensão e dúvidas entre os afetados. 

Titular com Bolsa Família suspenso pode receber parcelas retroativas no calendário de setembro
Titular com Bolsa Família suspenso pode receber parcelas retroativas no calendário de setembro. (Imagem: FDR)

A seguir, iremos explorar os motivos por trás dessas suspensões e como é possível reverter o cancelamento do Bolsa Família, retomando não apenas os pagamentos futuros, mas também aqueles que ficaram pendentes.

O cancelamento do Bolsa Família representa uma das medidas mais drásticas que o programa pode adotar. Geralmente, ocorre quando são identificadas inconsistências, como o aumento da renda familiar acima dos limites estabelecidos pelo programa. 

Desde o mês de junho, a verificação da renda dos beneficiários do Bolsa Família foi intensificada com a integração do Cadastro Único (CadÚnico) ao Cadastro Nacional de Informações Sociais (CNIS).

Essa integração resultou na atualização automática da renda de diversas famílias, levando algumas delas a ultrapassar o limite estabelecido pelo programa, que é de R$ 218 mensais por pessoa. 

Por consequência, algumas famílias tiveram seus benefícios reduzidos para a modalidade de “Regra de Proteção”, recebendo metade do valor original, enquanto outras enfrentaram o cancelamento de seus benefícios por excederem o limite estabelecido.

Após a atualização do CNIS, existem três cenários possíveis para os beneficiários:

  1. Se a renda da família foi alterada, mas ainda está dentro dos limites de elegibilidade (renda de até R$ 218 por pessoa), o Bolsa Família será mantido;
  2. Se a renda da família ultrapassou o limite de R$ 218 por pessoa, mas está abaixo de meio salário mínimo por pessoa (R$ 660), a família será incluída na Regra de Proteção e poderá receber o Bolsa Família por até 2 anos;
  3. Se a renda da família ultrapassou meio salário mínimo por pessoa (R$ 660), o benefício será automaticamente cancelado no mês seguinte ao procedimento.

Como evitar o bloqueio do Bolsa Família?

Os dados cadastrais devem estar sempre em dia. O beneficiário pode ficar no máximo até 24 meses sem atualizar essas informações. Em caso de mudanças, é necessário informar o setor responsável pelo cadastramento no município nas seguintes situações:

  • Troca de endereço;
  • Mudança de telefone de contato;
  • Alterações na composição da família (nascimento de uma criança, falecimento de integrante da família, casamento e adoção).

Os beneficiários também precisam ficar atentos às regras de condicionamento do Bolsa Família. O programa exige uma série de cumprimentos nas áreas de saúde e educação. Veja quais são elas:

  • Acompanhar pré-natal;
  • Estar em dia com calendário nacional de vacinação;
  • Acompanhar o estado nutricional de crianças menores de sete anos;
  • Crianças de 4 a 5 anos têm de ter frequência escolar mínima de 60%;
  • Beneficiários de seis a 18 anos incompletos que não concluíram a educação básica devem ter frequência escolar mínima de 75%;
  • Ao matricular a criança na escola e ao vaciná-la no posto de saúde, é preciso informar que a família é beneficiária do Bolsa Família.

Como receber o Bolsa Família retroativo?

De acordo com o MDS, as famílias que atualizarem o cadastro dentro do prazo estipulado e voltarem a se enquadrar nas regras do programa terão direito a receber as parcelas retroativas ao tempo em que o benefício esteve bloqueado. Com o benefício regularizado, basta ir a uma agência da Caixa com um documento de identificação para sacar as parcelas.

O que é a regra de proteção do Bolsa Família?

O programa Bolsa Família passou por uma reformulação completa antes de ser lançado pela segunda vez em março de 2023. A nova versão traz mudanças significativas para os titulares. Entre elas, o corte no valor do benefício pela metade.

Mas calma, que o corte do Bolsa Família pela metade não afeta integralmente os 21 milhões de segurados. A medida é direcionada a um grupo específico, entrando em vigor a partir da nova regra de permanência. 

A nova regra de permanência, que corta o Bolsa Família pela metade, está condicionada à redução do valor do benefício. De acordo com o Governo Federal, a proteção tem o objetivo de evitar que a transferência de renda seja imediatamente cancelada a partir do momento em que a linha de pobreza for ultrapassada. 

Logo, a família adquire o direito de permanecer no Bolsa Família por até mais dois anos. Para isso, é preciso que a renda de cada integrante do grupo familiar respeite o limite de até meio salário mínimo, R$ 660. 

No que compete ao valor do benefício, a redução de 50% atingirá as famílias que conseguirem um emprego e aumentarem a renda. Elas passarão a receber a metade da transferência de renda, ou seja, R$ 300. A nova regra de proteção do Bolsa Família começou a ser aplicada em julho

Laura AlvarengaLaura Alvarenga
Laura Alvarenga é graduada em Jornalismo pelo Centro Universitário do Triângulo em Uberlândia - MG. Iniciou a carreira na área de assessoria de comunicação, passou alguns anos trabalhando em pequenos jornais impressos locais e agora se empenha na carreira do jornalismo online através do portal FDR, onde pesquisa e produz conteúdo sobre economia, direitos sociais e finanças.