Novas regras no Bolsa Família exigem MAIOR atenção na hora de atualizar o cadúnico

Pontos-chave
  • A partir de setembro, será estabelecido um limite de 16% de famílias unipessoais no programa federal;
  • A medida visa aprimorar o Bolsa Família, ajustando-o para atender melhor às necessidades das famílias;
  • Tem direito toda família com renda mensal de até R$ 218 por pessoa.

O Bolsa Família em seu atual formato foi relançado em março de 2023. Desde então, o programa social está repleto de novidades e mudanças constantes. O intuito é aprimorar a distribuição da transferência de renda sempre a quem realmente necessita dela. 

Novas regras no Bolsa Família exigem MAIOR atenção na hora de atualizar o cadúnico
Novas regras no Bolsa Família exigem MAIOR atenção na hora de atualizar o cadúnico. (Imagem: Marcos Rocha/ FDR)

Recentemente, o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), anunciou a atualização das regras do Bolsa Família. A iniciativa se refere, especialmente, às famílias unipessoais, que foram alvo de escândalos e fraudes nos últimos meses. 

Essas são aquelas famílias compostas por um único integrante. As fraudes foram evidenciadas devido ao aumento expressivo neste modelo de candidato durante o período eleitoral em que o ex-presidente, Jair Bolsonaro, disputava um segundo mandato no cargo.

Na época, Bolsonaro fez várias promessas envolvendo a concessão facilitada do Auxílio Brasil, o substituto do Bolsa Família, por cerca de um ano e meio. Agora, as regras de liberação do benefício para este público serão mais restritas. 

Uma nova Portaria nº 911, publicada recentemente, introduz medidas mais rigorosas para o acesso ao benefício do Bolsa Família por parte dessas famílias. A partir de setembro, será estabelecido um limite de 16% de famílias unipessoais no programa federal.

O percentual foi limitado para cada município, com base em indicadores estatísticos atualizados, como a Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua) do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

O Ministério da Cidadania afirma que essa nova regulamentação é direcionada às novas concessões, visando corrigir desequilíbrios ocorridos entre outubro de 2021 e dezembro do ano passado, quando houve um aumento significativo no número de famílias unipessoais no Bolsa Família

“Enquanto o município tiver uma taxa igual ou superior a 16% de unipessoais no PBF [Programa Bolsa Família], ele fica impedido de inserir novos arranjos do tipo na folha de pagamento”, diz o ministério.

Para manter o equilíbrio do programa, caso o percentual de 16% de famílias unipessoais seja atingido em um município, será necessária uma revisão de cadastro visando a inclusão de novos beneficiários.

A revisão será conduzida com base nos dados mais recentes da Senarc (Secretaria Nacional de Renda e Cidadania). A nova portaria apresenta uma exceção importante quanto a famílias com situações específicas, como:

Essas pessoas estarão isentas dessa limitação. A medida visa aprimorar o Bolsa Família, ajustando-o para atender melhor às necessidades variadas das famílias brasileiras em situações vulneráveis.

Quem tem direito ao Bolsa Família?

Tem direito toda família com renda mensal de até R$ 218 por pessoa. Isso significa que a renda somada de todos os integrantes da família dividida pelo número de pessoas deve ser menor que R$ 218.

Considere o exemplo de uma mãe que cria sozinha três filhos pequenos. Trabalhando como diarista, ela ganha R$ 800 por mês. Como os filhos não trabalham, esses R$ 800 são a única renda da família. 

Dividindo R$ 800 (renda total) por quatro (número de pessoas na família), o resultado é R$ 200. Como R$ 200 é menor que R$ 218, essa mãe e seus três filhos têm direito a receber o Bolsa Família.

Quais são as regras do Bolsa Família?

As famílias devem cumprir compromissos nas áreas de saúde e de educação. São elas:

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Qual é o valor recebido pelos beneficiários do Bolsa Família?

As famílias beneficiárias do programa compostas por até dez integrantes, terão a chance de atingir a parcela recorde do Bolsa Família de R$ 1,4 mil. O montante está associado à nova fórmula do Governo Federal que garante uma transferência mínima para cada componente. 

Pela regra do Bolsa Família, cada integrante do grupo familiar tem direito a receber um benefício de R$ 142 reais. Na circunstância de famílias pequenas que não atingirem nem mesmo a parcela fixa de R$ 600, o Governo Federal garante o complemento. 

No entanto, famílias grandes, como aquelas compostas por dez pessoas, adquirem o direito de receber uma parcela no valor total de R$ 1.420 segundo a nova fórmula de cálculo do Bolsa Família. O montante representa um suporte financeiro relevante para o sustento e bem-estar dos integrantes. 

Esses valores são cumulativos. E o governo terá que corrigi-los, no máximo, em dois anos. Os pagamentos do novo Bolsa Família começaram em março com valor médio de R$ 670.

O texto prevê também o “benefício extraordinário de transição” que atende às famílias que recebiam anteriormente o Auxílio Brasil, o programa de transferência de renda do governo de Jair Bolsonaro.

Bolsa Família paga benefícios extras

Crianças de 0 a 6 anos

O Bolsa Família de R$ 150 surgiu como uma estratégia do Governo Lula para amparar as crianças em situação de vulnerabilidade social.

O bônus foi confirmado e começou a ser pago no mês de março, possibilitando que as famílias beneficiárias aumentem a transferência de renda em até R$ 300 em relação ao valor inicial. 

Um total de 8,9 milhões de crianças na faixa etária mencionada receberão o Bolsa Família de R$ 150. Para tal, o Governo Federal realizou um investimento na margem de R$ 1,34 bilhão, de acordo com informações do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS)

Adolescentes, gestantes e lactantes

As famílias beneficiárias com crianças a partir de sete anos e adolescentes até 18 anos receberão um adicional de R$ 50 por criança ou adolescente. Mulheres no período gestacional e lactantes também receberão acréscimo.

Laura AlvarengaLaura Alvarenga
Laura Alvarenga é graduada em Jornalismo pelo Centro Universitário do Triângulo em Uberlândia - MG. Iniciou a carreira na área de assessoria de comunicação, passou alguns anos trabalhando em pequenos jornais impressos locais e agora se empenha na carreira do jornalismo online através do portal FDR, onde pesquisa e produz conteúdo sobre economia, direitos sociais e finanças.
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