Cartão de crédito com juros mais baixos? Governo, financeiras e varejistas estão se mexendo

As Instituições financeiras e o setor de varejo brasileiro vem sendo procurados pelo Ministério da Fazenda. O objetivo é encontrar uma solução para os altos juros aplicados no rotativo do cartão de crédito. No mês de junho, o juro da modalidade ficou em impressionantes 437,3%.

Cartão de crédito com juros mais baixos? Governo, financeiras e varejistas estão se mexendo
Cartão de crédito com juros mais baixos? Governo, financeiras e varejistas estão se mexendo (Imagem FDR)

O rotativo é o crédito mais caro do pais e é acionado sempre que o usuário não paga o valor total da fatura, e o débito em aberto é cobrado na fatura do mês seguinte com juros.

Futuro do rotativo do cartão de crédito no país 

Fernando Haddad, ministro da Fazenda, afirmou recentemente que vai solucionar a questão do rotativo em até 90 dias. “Vai cair muito. E mesmo assim vai continuar alta por um tempo, até a gente cumprir uma transição. Mas teremos um freio de arrumação”, disse ele à EBC.

À CNN Brasil, o deputado federal Alencar Santana (PT-SP) afirmou que projeto de lei que receberá o conteúdo da medida provisória do Desenrola Brasil também vai tratar do patamar dos juros cobrados no rotativo do cartão de crédito.

Ele disse ainda que não faz parte do grupo, mas que vem ouvindo o governo, o varejo e os bancos para conceber o projeto. De acordo com ele, “desenrolar” sem mexer no juro do rotativo é “tapar o sol com a peneira”.

O projeto de lei (PL) 2.685 de 2022 foi proposto pelo deputado Elmar Nascimento (União-BA) e foi relatado por Santana. É proposto um programa de renegociação de dívidas parecido com o Desenrola.

É previsto no décimo artigo do texto que o Conselho Monetário Nacional (CMN) vai determinar um  limite para os juros aplicáveis ao rotativo e libera ainda a reavaliação de forma periódica deste limite.

Diálogo entre bancos e o governo 

Ao passo que integrantes do governo já se mostram favoráveis a soluções como o tabelamento do juro no rotativo, com objetivo de destravar a economia e fomentar o consumo, na visão das instituições financeiras, este tipo de decisão é uma ameaça a seus mercados.

Uma outra idéia possível é fazer a limitação do número de parcelas, uma vez que prazos mais extensos geralmente resultam em maior inadimplência. Por fim, outra possibilidade é diferenciar preços à prazo e à vista.

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Paulo Amorim
Paulo Henrique Oliveira é formado em Jornalismo pela Universidade Mogi das Cruzes e em Rádio e TV pela Universidade Bandeirante de São Paulo. Atua como redator do portal FDR, onde já cumula vasta experiência e pesquisas, produzindo matérias sobre economia, finanças e investimentos.