Real Digital: Conheça mais sobre o possível novo formato de pagamento do Bolsa Família

Pontos-chave
  • Real Digital trará mudanças para o Bolsa Família
  • Projeto está em testes

O Real Digital está sendo desenvolvido atualmente por empresas autorizadas pelo Banco Central. Ele será a criptomoeda oficial do Brasil e poderá inclusive ser usado para pagar benefícios trabalhistas e sociais, como por exemplo o Bolsa Família. Entenda.

Real Digital: Conheça mais sobre o possível novo formato de pagamento do Bolsa Família
Real Digital: Conheça mais sobre o possível novo formato de pagamento do Bolsa Família (Imagem FDR)

Esta novidade foi anunciada pela presidente do Banco Central, Maria Rita Serrano nesta quarta, 27. 

Real Digital poderá ser usado no Bolsa Família 

A Caixa Econômica lançou um consórcio voltado para criação de produtos e soluções que poderão ser utilizadas no sistema do Real Digital.

“Dá para pensar em pagar benefícios sociais e trabalhistas com moeda tokenizada (as moedas convertidas em ativos digitais) no futuro”, disse Rita, segundo a Agência Brasil.

Rita disse ainda que a Caixa tem a intenção de aproveitar o real digital para combinar digitalização financeira e inclusão social, o que envolve o Bolsa Família. “A Caixa está em 99% dos municípios brasileiros e tem 155 milhões de clientes. É um grande celeiro para testar soluções”, acrescentou ela.

Ontem, o banco lançou um consórcio com a empresa de cartões de crédito Elo e com a Microsoft para desenvolver o o projeto-piloto do real digital. “Embora a Caixa pudesse desenvolver o projeto sozinha, isso levaria mais tempo”, afirmou o vice-presidente de Finanças da Caixa, Marcos Brasiliano Rosa. 

Em sua visão, a Elo vai permitir a criação de opções de criptoativos com pagamento parcelado, como acontece com a fatura do cartão de crédito. A Microsoft, por sua vez, entra com toda sua  experiência tecnológica, auxiliando na aceleração da implementação da criptomoeda oficial do Brasil.

Tokenização

De acordo com a Agência Brasil, a tokenização pode ser explicada como a representação digital de um bem ou de um produto financeiro, que facilita as negociações em ambientes virtuais. 

Através de diversos códigos com condições, regras e processos de identificação, os ativos podem ser adquiridos e vendidos em ambientes virtuais. 

O Real Digital está sendo testado no país desde o mês de março deste ano. No entanto, ele deverá ser disponibilizado para os brasileiros apenas no final de 2024.

Financiamentos imobiliários

A compra de imóveis com o uso do Real Digital é algo que será realidade. De acordo com Júlio Gomes, vice-presidente de Serviços Financeiros da Microsoft Brasil, este é um dos produtos que está sendo desenvolvido pelo consórcio.

O processo seria como um PIX para a compra e o pagamento de parcelas da casa própria. “A principal contribuição desse processo seria aumentar a velocidade e reduzir o custo dos financiamentos habitacionais”, disse ele segundo a Agência Brasil.

Na visão da presidente da Caixa, o banco terá vantagem neste processo, uma vez que ele é líder na liberação de crédito imobiliário no Brasil. Rita acredita ainda que a Caixa poderá influenciar o mercado com um todo a utilizar o real digital nas transações. 

“O financiamento habitacional demora, em média, 25 dias até chegar o registro em cartório. Tem condições de agilizar e melhorar o atendimento”, disse Ria Serrano ao Agência Brasil.

Júlio Gomes disse ainda que o consórcio construirá os sistemas que serão ligados na plataforma de testes que está sendo desenvolvida pelo Banco Central. A partir daí, todos os produtos e soluções tecnológicas serão criadas, inclusive fora das diretrizes mínimas determinadas pelo BC.

“A partir daí (da finalização dos sistemas), os times também trabalham nos produtos a serem criados em cima dessa rede. Há soluções mais tradicionais, como tokenizar alguns ativos para reduzir fricções e custos no sistema financeiro, mas haverá soluções fora da caixa”, disse ele.

Mais vantagens 

Através do Real Digital, as transações vão acontecer de maneira imediata, sem precisar de um intermediário para a operação. 

Fora isso, a versão digital deve facilitar as transações internacionais, uma vez que a moeda poderá circular na internet e chegar rapidamente no destino sem necessidade de intermediadores.

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Paulo Amorim
Paulo Henrique Oliveira é formado em Jornalismo pela Universidade Mogi das Cruzes e em Rádio e TV pela Universidade Bandeirante de São Paulo. Atua como redator do portal FDR, onde já cumula vasta experiência e pesquisas, produzindo matérias sobre economia, finanças e investimentos.