O Desenrola foi lançado nesta semana e muitos brasileiros estão animados com a possibilidade de renegociar suas dívidas. Mas será que vale a pena? Veja a opinião de especialistas sobre este assunto.
Neste primeiro momento, o Desenrola vai atender os consumidores enquadrados na Faixa II, aqueles que possuem uma renda de até R$20 mil. Apenas dívidas com bancos podem ser renegociadas nesta primeira fase,
Vale a pena renegociar dívidas no Desenrola?
Mesmo que a idéia do governo seja a de diminuir a inadimplência, é necessário se atentar a alguns pontos sobre as renegociações.
De acordo com a Abefin (Associação Brasileira de Profissionais de Educação Financeira) é necessário ficar atento a dois pontos em especial: juros altos e falta de educação financeira.
“Todo programa que busca a melhoria de vida dos brasileiros é pertinente. Esse tem como lado interessante o fato de buscar dar suporte a um amplo grupo que possuem rendimentos menores e por ter um limite interessante no valor das dívidas de R$ 5 mil”, disse ao Money Times o presidente da Abefin, Reinaldo Domingos.
Mas, ele chama atenção para o fato de que ações isoladas de renegociação de dívidas não trazem um efeito positivo no médio e longo prazo. “As pessoas resolvem o problema momentâneo e voltam a se endividar”, afirmou ele ao InfoMoney.
Neste contexto, o profissional destaca como ponto de atenção a taxa de juros elevada, de 1,99% ao mês. “Essa taxa pode ser considerada alta em comparação ao formato do programa e a garantia que oferece, podendo onerar a população”, disse ele.
“Esse acréscimo ocorre devido aos juros compostos, onde os juros são calculados não apenas sobre o valor inicial da dívida, mas também sobre os juros acumulados anteriormente”, diz ele ao Money Times.
Educação financeira é necessária
Por conta disso, é defendido pela Abefin que sejam implementadas ações voltadas para educação financeira da população, como uma maneira de evitar o endividamento no médio e longo prazo.
“É crucial que sejam implementadas ações complementares que promovam a conscientização financeira e a mudança de comportamento das pessoas”, finaliza a Abefin ao Money Times.