Novo teto! FGTS facilita os financiamentos pelo Minha Casa Minha Vida

Pontos-chave
  • O novo teto do Minha Casa Minha Vida poderá passar de R$ 264 mil para R$ 350 mil;
  • A medida se aplica a famílias que se enquadram na faixa três, cuja renda apresentada deve ser entre R$ 4,4 mil e R$ 8 mil;
  • A proposta do Governo Federal é para que o subsídio do FGTS seja elevado de R$ 47,5 mil para R$ 55 mil por família.

Deve acontecer nesta terça-feira, 20, a aprovação do novo teto dos financiamentos pelo Minha Casa Minha Vida (MCMV). A decisão está na responsabilidade do Conselho Curador do FGTS, que pode alterar a quantia atual de R$ 264 mil para R$ 350 mil. 

Novo teto! FGTS facilita os financiamentos pelo Minha Casa Minha Vida
Novo teto! FGTS facilita os financiamentos pelo Minha Casa Minha Vida. (Imagem: FDR)

O novo teto do Minha Casa Minha Vida valerá para todo o país, abrangendo famílias que se enquadram na faixa três, cuja renda apresentada deve ser entre R$ 4,4 mil e R$ 8 mil. Já o limite do valor do imóvel nas faixas de renda um e dois de R$ 2.640 e R$ 4,4 mil, respectivamente, poderá passar para R$ 145 mil. 

A quantia é exclusiva para municípios de até 100 mil habitantes, e de R$ 190 mil para R$ 264 mil nas demais localidades que recebem o Minha Casa Minha Vida. O beneficiário que quiser reduzir ou zerar o valor da entrada dos financiamentos direcionados a famílias de baixa renda, sobretudo até R$ 2.640, deve aguardar o parecer do colegiado. 

A proposta do Governo Federal é para que o subsídio do FGTS seja elevado de R$ 47,5 mil para R$ 55 mil por família. Para quem ainda não sabe, o subsídio funciona como uma espécie de desconto, cujo valor é definido com base na renda da família, bem como a localização do imóvel. 

Em 2023, o orçamento do FGTS para subsídios é de R$ 9,5 bilhões. Enquanto isso, outros R$ 66 bilhões do Fundo de Garantia serão investidos em financiamentos habitacionais às famílias com capacidade de pagamento. 

Além de ampliar o valor do teto do imóvel para R$ 350 mil, o governo pretende ampliar a faixa de renda das famílias do Minha Casa Minha Vida, de R$ 8 mil para R$ 10 mil ou R$ 12 mil, promessa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para atender a classe média. 

Contudo, essa  proposta não está prevista para ser votada pelos conselheiros. Essa é a primeira reunião do Conselho Curador neste ano. O calendário atrasou por causa da recriação do Ministério do Trabalho. A pasta preside o colegiado.

Quem poderá se inscrever no Minha Casa Minha Vida?

O programa Minha Casa, Minha Vida é direcionado para famílias com renda bruta familiar mensal de até R$ 8 mil em áreas urbanas ou renda bruta familiar anual de até R$ 96 mil em áreas rurais.

As famílias são divididas nas seguintes faixas de renda:

  • Faixa Urbano 1: renda bruta familiar mensal até R$ 2.640;
  • Faixa Urbano 2: renda bruta familiar mensal de R$ 2.640,01 a R$ 4,4 mil;
  • Faixa Urbano 3: renda bruta familiar mensal de R$ 4.400,01 a R$ 8 mil.

Já no caso das famílias residentes em áreas rurais, as faixas são as seguintes:

  • Faixa Rural 1: renda bruta familiar anual até R$ 31.680;
  • Faixa Rural 2: renda bruta familiar anual de R$ 31.680,01 até R$ 52,8 mil;
  • Faixa Rural 3: renda bruta familiar anual de R$ 52.800,01 até R$ 96 mil.

Nas novas regras determinadas pela Medida Provisória, o valor dessas faixas de renda não leva em conta benefícios temporários, assistenciais ou previdenciários, como o auxílio-doença, seguro-desemprego, Benefício de Prestação Continuada (BPC) e o Bolsa Família.

O governo também informou que 50% das unidades do programa serão reservadas para as famílias da Faixa 1. Além disso, o programa passará a incluir pessoas em situação de rua na lista de possíveis beneficiários.

As moradias do Minha Casa, Minha Vida terão seus contratos e registros feitos, preferencialmente, no nome da mulher – e eles podem ser firmados sem a autorização do marido.

Como se inscrever no Minha Casa Minha Vida?

O pedido de inscrição para concorrer a um imóvel pelo Minha Casa, Minha Vida segue diferentes passos a depender da faixa de renda em que a família está inserida.

Para famílias da Faixa 1, o passo a passo é o seguinte:

  • As famílias devem se inscrever no plano de moradias do governo e isso pode ser feito na prefeitura da cidade em que residem;
  • Após a inscrição feita na prefeitura, os dados das famílias são validados pela Caixa e, aquelas que forem aprovadas, são comunicadas sobre a data do sorteio das moradias (leia mais sobre os critérios de validação abaixo);
  • Os sorteios são feitos quando a cidade não possui um número de unidades habitacionais suficiente para atender a todas as famílias cadastradas no plano de moradias;
  • Ao ser contemplada com uma unidade habitacional, a família será informada sobre a data e os detalhes necessários para a assinatura do contrato de compra e venda do imóvel;
  • Após a aprovação e validação do cadastro, a família assina o contrato de financiamento.

Segundo a Caixa Econômica Federal, a validação dos dados das famílias inseridas na Faixa 1 passa por alguns critérios:

  • A família precisa ter renda mensal bruta de até R$ 2.640;
  • Nenhum integrante pode ser proprietário, cessionário ou promitente comprador de imóvel residencial;
  • A família não pode ter recebido nenhum benefício de natureza habitacional do governo municipal, estadual ou federal;
  • A família não pode ter recebido descontos habitacionais concedidos com recursos do FGTS;
  • A família não pode ter recebido descontos destinados à aquisição de material de construção para fins de conclusão, ampliação, reforma ou melhoria de um imóvel;
  • Para a inscrição da família no plano de moradias do governo na prefeitura, é necessário apresentar um documento oficial de identificação, mas outros documentos podem ser exigidos, como comprovantes de renda, por exemplo.

Para as famílias inseridas na Faixa 2 e na Faixa 3, o passo a passo para a inscrição para concorrer a um imóvel por meio do Minha Casa, Minha Vida é outro:

  • A família deve ter renda bruta mensal de até R$ 8 mil;
  • A contratação pode ser feita por meio de uma entidade organizadora participante do programa Minha Casa, Minha Vida ou individualmente e direto com a Caixa;
  • A família precisa já ter um imóvel escolhido para, então, fazer uma simulação de financiamento habitacional por meio do site da Caixa – assim vai saber detalhes sobre prazos e condições e entender qual proposta se encaixa no orçamento familiar;
  • Na simulação, é necessário informar o tipo de financiamento desejado, o valor aproximado do imóvel, a localização do imóvel, dados pessoais (como documento de identidade e telefone) e a renda bruta familiar mensal;
  • Após o fornecimento desses dados, o site apresenta as opções de financiamento;
  • Escolhida a opção, o simulador apresenta o resultado, com prazos, cota máxima do financiamento de entrada e valor do financiamento, além de oferecer uma ferramenta para a comparação de cenários de juros;
  • Se a família aprovar o resultado apresentado na simulação, um representante deve ir até uma agência Caixa ou no correspondente Caixa Aqui, para entregar ao banco a documentação (leia mais abaixo);
  • A Caixa analisa a documentação pessoal e do imóvel;
  • Após a aprovação e validação, a família assina o contrato de financiamento.

Para a validação do financiamento pela Caixa, o beneficiário precisa apresentar:

  • Documentos pessoais: documento de identidade, CPF, comprovantes de residência, renda e estado civil, declaração de imposto de renda (ou de isenção);
  • Documentos do imóvel (nos casos de imóveis já construídos): contrato de compra e venda, certidão de logradouro e matrícula do imóvel atualizada;
  • Documentos do imóvel (nos casos de imóveis na planta): projeto da construção aprovado, alvará de construção, matrícula da obra no INSS, memorial descritivo da construção, anotação de responsabilidade técnica (ART), orçamento, declaração de esgoto e elétrica e dados do responsável técnico pela construção.

Laura AlvarengaLaura Alvarenga
Laura Alvarenga é graduada em Jornalismo pelo Centro Universitário do Triângulo em Uberlândia - MG. Iniciou a carreira na área de assessoria de comunicação, passou alguns anos trabalhando em pequenos jornais impressos locais e agora se empenha na carreira do jornalismo online através do portal FDR, onde pesquisa e produz conteúdo sobre economia, direitos sociais e finanças.