Na última semana o governo federal anunciou a criação do programa Desenrola Brasil. O projeto já havia sido mencionado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, desde o início do seu mandato no cargo. Mas foi preciso uma série de ajustes e regulamentações para que o sistema fosse divulgado. A expectativa é de que ele comece em julho, mas um importante banco ainda não aderiu a medida.
Junto com o anuncio da criação do Desenrola Brasil o governo trouxe informações sobre o funcionamento do programa. Por hora ele ainda não está funcionando, a ideia é de que a plataforma seja liberada para negociação de dívidas online a partir do próximo mês, julho. Até lá os credores deverão ser cadastrados pelo sistema para que reúnam as ofertas em um único canal.
Especialistas enxergam que o Desenrola somente alcançará sucesso se houver a adesão plena desses credores. Isso é, de nada adianta a criação de um programa para negociação se as empresas que possuem devedores não estiverem interessadas em oferecer formas de pagamento facilitado para as dívidas. Os credores passarão por um processo de leilão de ofertas nos próximos dias.
Na prática, essas empresas darão lances de ofertas que poderão ser oferecidas no Desenrola Brasil e o governo é quem vai autorizar a participação desse credor. O próprio poder público admite que nem todos os tipos de empresas estarão na lista para negociação, por exemplo, para fornecedores de energia elétrica e saneamento pode ser inviável reduzir o valor dos débitos em aberto.
Caixa não confirmou participação no Desenrola Brasil
Depois do anuncio sobre a criação do Desenrola Brasil, feito em 5 de junho, os bancos já começaram a ser cobrados para se posicionar sobre a participação. Nesse sistema a ideia é de que o pagamento do débito aconteça à vista ou com parcelamento em até 60 meses, ou seja, 5 anos. No parcelamento a primeira parcela poderá ser paga em um prazo de 30 dias.
Dívidas com os bancos que forem de até R$ 100 deverão ser perdoadas, e apenas débitos registrados até 31 de dezembro de 2022 é que estarão sujeitos a negociação. A ideia é focar principalmente em pessoas que vivem de baixa renda, com ganho de até dois salários mínimos por mês, e cuja dívida seja de até R$ 5 mil.
Até o momento, a Caixa Econômica não confirmou participação no Desenrola Brasil, o que tem preocupado milhares de pessoas com pendências nesse banco. A instituição afirmou que tem participado de reuniões com os órgãos responsáveis para tratar sobre o tema, e que avalia a medida que criou o programa para decidir sobre a adesão.
Já confirmaram que ofertarão descontos e parcelamento de dívidas os seguintes bancos: Bradesco, Itaú, Banco do Brasil e Santander.
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