Especialista aponta que a nova Medida Provisória publicada pelo Governo Federal não deve ser tão benéfica quanto se imaginava. Um dos motivos é o fato de o programa de descontos nos carros populares será custeado pelo aumento de um outro produto.
A Medida Provisória que possibilita a concessão de descontos nos carros populares tem gerado bastante expectativa. No entanto, para o professor Renan Silva, economistas do Ibmec Brasília, essa medida de curto prazo não deve favorecer muito os mais pobres.
“É uma medida paliativa, que acaba privilegiando apenas um setor”, afirma o economista.
O programa funciona a partir de 4 categorias: fonte de energia, consumo elétrico, preço sugerido e densidade produtiva. Ou seja, o comprador deve escolher o veículo e conferir os pontos para saber o desconto que terá direito.
Programa de desconto em carros populares e pessoas mais pobres
A MP tem, ao menos inicialmente, o objetivo de possibilitar a compra de automóveis por pessoas de classes mais baixas.
Segundo as informações divulgadas por Fernando Haddad, ministro da Fazenda, o programa será custeado pelo aumento do diesel em R$ 0,11 por litro a partir do mês de setembro; o Governo Federal já havia informado que pretendia fazer um reajuste gradual, a ideia é iniciar com esse valor e em janeiro do próximo anos realizar novo reajuste para atingir os R$ 0,35 em impostos.
Vale lembrar que a isenção desse valor de R$ 0,35 sobre o diesel foi imposta durante a pandemia. Esse é justamente o ponto levantado pelo economista, para ele, esse custeio não é a melhor opção a ser seguida.
“Economicamente, não é muito recomendável justamente porque você tem que criar descompensações que atingem a população mais pobre, ao antecipar a oneração dos combustíveis – uma vez que o frete fica mais caro e acaba atingindo o preço dos alimentos”, explicou ele.
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