DESENROLA: Programa de renegociação de DÍVIDAS pode causar impacto NEGATIVO

No início desta semana, foi lançado pelo Ministério da Fazenda o programa Desenrola Brasil. Seu objetivo é renegociar dívidas dos brasileiros e, de acordo com projeções do governo, pode ajudar até 70 milhões de pessoas a se livrar das contas atrasadas. No entanto, a iniciativa pode causar um problema.

DESENROLA: Programa de renegociação de DÍVIDAS pode causar impacto NEGATIVO
DESENROLA: Programa de renegociação de DÍVIDAS pode causar impacto NEGATIVO (Imagem: FDR)

O programa pode trazer um problema para o mercado de crédito, de acordo com Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimentos.

Detalhes do Desenrola

Poderão ser renegociadas através do programa dívidas de famílias que recebem até dois salários mínimos (R$2.640) ou que estejam inscritas no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico), no valor de até R$ 5 mil e que tenham sido contraídas até o fim do ano passado.

Os credores que quiserem aderir ao programa também devem perdoar dívidas em aberto com valores de até R$100.

“No final das contas, bancos que quiserem aderir ao programa irão ‘comprar’ as dívidas até R$5mil de pessoas físicas, com a condição de perdoarem devedores até R$100 para terem acesso à garantia do FGO (Fundo de Garantia de Operações)”, disse Étore Sanchez ao Money Times.

É esperado que as dívidas comecem a ser renegociadas a partir do próximo mês no Desenrola. Depois da publicação da medida provisória, o governo realizará um leilão para que aconteça  a adesão dos credores. De acordo com o Ministério da Fazenda, as instituições que ofertarem mais descontos serão contempladas.]

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Problema para o mercado de crédito 

Étore ressalta que a chegada do programa vai dar conta de acabar com diversas restrições no curto prazo. Com isso, os consumidores negativados poderão voltar a acessar o mercado de crédito de forma facilitada. Mas nem tudo é perfeito.

“Mais do que os agentes que foram esporadicamente incluídos nos bureaus, a negativação denota parcela de indivíduos que tem comportamento sistemático de inadimplência. Além disso, a eventual recorrência de programas desse tipo são estímulos aos maus pagadores”, disse ele ao Money Times.

Em sua visão, os dois pontos citados em sua fala aumentam o risco do sistema de crédito e fazem com que o custo suba para toda população.

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Paulo AmorimPaulo Amorim
Paulo Henrique Oliveira é formado em Jornalismo pela Universidade Mogi das Cruzes e em Rádio e TV pela Universidade Bandeirante de São Paulo. Atua como redator do portal FDR, onde já cumula vasta experiência e pesquisas, produzindo matérias sobre economia, finanças e investimentos.
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