De acordo com uma investigação policial que foi exposta pela imprensa, criminosos estão fraudando o recebimento de benefícios do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social). A informação é de que essa quadrilha agiu entre os meses de janeiro e agosto de 2022, burlando os sistemas, reativando os pagamentos e recebendo em nome de 22 mil aposentados e pensionistas.
De acordo com a reportagem da GloboNews, rede que teve acesso exclusivo aos acontecimentos, o golpe custou pelo menos R$ 1 bilhão em prejuízos para o INSS. A quadrilha encontrava benefícios que por algum motivo haviam sido suspensos pela Previdência Social, conseguiam reativa-los, mas ao invés do pagamento ser feito para o titular do benefício, os criminosos é que recebiam.
Para ter acesso a essas quantias de forma totalmente irregular, foi preciso fraudar dados do sistema do INSS. Ou seja, alterando informações que garantiram a liberação do dinheiro. Acredita-se que os beneficiários que tiveram seus salários reativados são, principalmente, aqueles que deixaram de receber até 2010.
Os criminosos conseguiram receber o benefício reativado porque perceberam que a conta corrente a ser informada para o saque não precisava ser a mesma do titular da aposentadoria, pensão ou auxílio. Logo, o depósito poderia acontecer na conta de qualquer pessoa, fosse familiar ou não do segurado.
“Percebendo essa fragilidade de não checagem do CPF nos sistemas do INSS e dos bancos, houve uma progressão das reativações indevidas, que se potencializaram entre junho e julho de 2022“, explica um servidor do INSS ao G1 que não quis se identificar.
Reativações de benefícios do INSS estão sendo cessadas
Funcionários do INSS de diferentes estados identificaram que foram mais de 22 mil benefícios reativados por esse golpe. A partir disso, o próprio sistema já bloqueou cerca de R$1,5 bilhão em pagamentos indevidos. A Polícia Federal também agiu e impediu o pagamento de R$ 480 milhões de forma errada.
Embora as irregularidades já tenham sido cessadas, o prejuízo estimado com fraudes que não foram identificadas é de cerca de R$1 bilhão aos cofres públicos entre janeiro e agosto de 2022. O número impressiona porque inicialmente os criminosos priorizaram a reativação de benefícios de alto valor.
Além do poder público os cidadãos são os principais prejudicados. A reportagem do G1 mostrou o caso de uma mulher, moradora de São Paulo, que deu entrada no pedido de aposentadoria em 2020, mas o benefício havia sido cessado pelo sistema. Em 2022 ela resolveu tentar novamente e aí veio a surpresa: alguém já estava recebendo o benefício no seu lugar, e tinha sacado pelo menos R$ 73 mil.