Correção do FGTS ganha nova decisão afetando o bolso do trabalhador brasileiro

Acontece nessa quinta-feira (27) a continuação do julgamento do STF (Supremo Tribunal Federal) sobre a possibilidade de correção do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço). A primeira sessão sobre o tema aconteceu no dia 20 de abril, mas foi suspenso pela ministra Rosa Weber. Caso a decisão seja finalmente tomada, milhões de trabalhadores serão atingidos.

Correção do FGTS ganha nova decisão afetando o bolso do trabalhador brasileiro
Correção do FGTS ganha nova decisão afetando o bolso do trabalhador brasileiro (Imagem: FDR)

A correção do FGTS foi proposta por uma ADI (Ação Direta de Inconstitucionalidade) apresentada em 2014 pelo partido Solidariedade. A ação passa pelos ministros do STF que vão julgar se o atual cálculo de correção das contas do Fundo de Garantia é inconstitucional ou não. A justificativa é de que o uso da TR (Taxa Referencial) não dá crescimento a esses valores.

Desde 1999 as contas são reajustadas em 3% mais a TR ao ano, atualmente a taxa está em 0,15% e por isso tem rendimento quase equivalente a zero. A sugestão é que passem a ser usados como referência para a correção do FGTS outros índices inflacionários. Como o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) que é a inflação oficial do país.

Na última sessão do STF sobre o assunto, o ministro Roberto Barroso que é o relator da proposta, e o ministro André Mendonça, votaram a favor da mudança na correção do fundo. Caso os demais ministros concordem com a medida, além da troca do índice de reajuste os trabalhadores poderão pedir indenização pelas perdas inflacionárias. 

Como ganhar dinheiro com a correção do FGTS?

Os ministros do STF que já votaram a favor da mudança nos índices de correção do FGTS justificam que o atual cálculo fica inclusive abaixo da poupança. Especialistas acreditam que haverá mudança no valores a serem aplicados para as contas do fundo de garantia, o que vai permitir um rendimento maior dos valores depositados pelo empregador.

Acontece que o ministro Barroso não defende que sejam pagos valores retroativos, ou seja, o que foi perdido nas quantias que estavam disponíveis nas contas do FGTS desde 1999 não deve ser devolvido ao trabalhador. A mudança na legislação valeria desse ano de 2023 em diante.

Diante disso, a decisão do STF pode chegar a dois cenários diferentes: aplicar a correção dos valores que foram depositados na conta desde 1999, e depositar a diferença da quantia corrigida e do valor atual na conta do FGTS; ou permitir que os valores depositados no fundo sejam corrigidos com o novo índice a partir desse ano apenas.

 

Lila CunhaLila Cunha
Formada em jornalismo pela Universidade de Mogi das Cruzes (UMC) desde 2018. Já atuou em jornal impresso. Trabalha com apuração de hard news desde 2019, cobrindo o universo econômico em escala nacional. Especialista na produção de matérias sobre direitos e benefícios sociais. Suas redes sociais são: @liilacunhaa, e-mail: lilacunha.fdr@gmail.com